2 de dezembro de 2009

Último texto de 2009

Depois de uns dias em que as actualizações a este blogue foram escassas, facto que justifico com “problemas” de ordem pessoal, chegou a altura de marcar a minha saída do universo poético/literário até, pelo menos, ao próximo ano.

Desde cedo que encontrei nas palavras, e mais especificamente na poesia, uma forma de expressar os meus sentimentos, os meus medos e as minhas mágoas. Este blogue, que surgiu apenas e só para publicar o livro que escrevi, “Só tu podes alcançar”, acabou por se tornar num depósito de tudo o que fui escrevendo, e embora quase o tenha extinguido num certo momento da minha vida, nunca fui capaz de o fazer. Porque para mim o “Noites de Utopia” significa muito mais do que se possa pensar. Traduz o sonho de dar a conhecer às pessoas a minha escrita, que pode até não ser nada de excepcional, não o é, mas é a minha maneira de expulsar de mim coisas que não sou capaz de expulsar de outra maneira.

Hoje, mais do que em todos os outros dias, duvido do que escrevo e não consigo demonstrar a réstia de esperança que sempre transpareci em todos os meus poemas, por muito pessimistas que fossem. Era essa ténue esperança que me fazia crer que valia a pena escrever e deixar ler o que escrevia, e foi essa ténue esperança que perdi.

Sempre atribui às palavras uma força capaz de tudo, sempre vivi na utopia de que a forma como interligo as palavras e os versos torna a minha poesia capaz de elevar no leitor sentimentos apenas dele, e sempre julguei que toda a dor que liberto ao escrever me conduziria a algo bom…infelizmente não é assim. E com a poesia e a dor que nela expresso só me deixo envolver ainda mais pela tristeza. No entanto não me queixo. É uma tristeza com que sei e sempre soube viver.

Neste momento questiono-me acerca da verdadeira força do que escrevo.

Quando um gesto, apenas um gesto, consegue traduzir tantas emoções e sentimentos, o que posso eu traduzir em uma dúzia de frases que rimam?

Quando tanta gente esconde o que sente e consegue sorrir e ser feliz de que me serve ser sincero?

Preciso de tempo para voltar a acreditar na poesia e para recuperar a esperança que tenho que ter para escrever. Até lá, até ser capaz de voltar a ser quem era, deixarei de escrever e, consequentemente, de actualizar o “Noites de Utopia”.

Resta-me desejar a todos um Bom Natal e um melhor Ano Novo.

O autor:
Daniel Paiva

28 de novembro de 2009

Não consigo parar

Não consigo parar de te ver
Não consigo parar de em ti pensar
Não consigo parar de sofrer
Não consigo parar de acreditar.

Não consigo parar de te escrever
Não consigo parar de contigo sonhar
Não consigo parar de te querer
Não consigo parar de tudo recordar.

Não consigo
Nem sei se quero conseguir…
Só sei que tudo o que fiz
Foi para te fazer sorrir…

20 de novembro de 2009

19 de novembro de 2009

Esquecido

A ténue calma que paira em mim
A sensação de paz apenas aparente
Tudo é destruído num momento
De ser humano infeliz a descontente
É marcado o tão desejado fim.


Termina uma vida ainda inacabada
De um ser que nunca a vida compreendeu
Morre desiludido com a humanidade
Sabendo que nunca ninguém o percebeu
E que a sua história não será lembrada.

18 de novembro de 2009

Tempo perdido

Minutos que de nada valeram,
Minutos que não quero lembrar,
Erros que uma vida encheram,
Erros que me fizeram chorar,
Segundos que alegrias perderam,
Segundos em que quis gritar.

Foi tempo que gastei
Sem nada com isso ganhar,
Foi tempo em que amei
E em que ninguém me quis amar.

17 de novembro de 2009

Faz-me acreditar

Adormeço consumido pela dor,
Acordo assombrado pela desilusão,
Nada sinto excepto tão grande amor
E rebenta o meu gélido coração.

Rebenta a raiva que o consome,
Rebenta todo o sofrimento que o corrói,
Morre a esperança na felicidade,
Morre graças à implacável realidade
Que todos os sonhos me destrói,
Deixando-me aquela dor enorme.

Tanto eu preciso de voltar a sonhar
Para poder novamente sorrir,
Tanto eu preciso de tudo ultrapassar
Para poder em frente seguir…
Por isso te peço: faz-me acreditar!

16 de novembro de 2009

Simples versos II

Não me esqueci
De tudo o que vivi
De tudo o que perdi
De tudo o que senti
Não me esqueci
Das vezes em que sorri
Das vezes em que te vi
Das vezes em que sofri…
Não me esqueci de ti.

14 de novembro de 2009

Não eras tu

Naqueles dias em que por mim passavas,
Naqueles dias em que nem me olhavas,
Nesses dias em que sem ti sofria,
Nesses dias em que te sorria,
Naqueles dias em que me ignoravas,
Naqueles dias em que com o sonho acabavas…
Em todos esses dias por ti ansiava.

Ansiava por alguém que não existia…
Ansiava por alguém que nunca teria…

Porque tu não eras o que eu vi-a,
Eras aquilo que eu queria ver,
Porque não era para ti que sorria,
Não eras aquilo que eu queria ter.

11 de novembro de 2009

Parei

Parei para te olhar,
Parei para te ouvir,
Parei para te contemplar,
Parei para te ver sorrir.

Parei para esperar por ti,
Parei por no amor acreditar,
Parei por tudo o que senti,
Parei por te querer beijar.

De nada valeu eu parar,
De nada valeu por ti chorar,
De nada valeu contigo sonhar,
De tudo valeu, só por te amar.

10 de novembro de 2009

Quadro de comoção

Sozinho olhando a escuridão,
Procurando algo que não sei o que é,
Anseio por achar esse algo que procuro,
Acredito que o encontrarei graças à fé,
Fé que sinto e que me consome o coração.

Os meus olhos concentram-se no final,
Concentram-se no nada que tudo revela,
Perco-me em sonhos e em ilusões,
Possuo uma réstia de esperança, singela,
Esperança que atenua o meu sofrimento abismal.

E mergulhado naquele mundo de perfeição,
Com lágrimas a escorrem-me pelo rosto,
Acredito que a utopia pode ser real,
Sonho com a felicidade e recebo o oposto…
Chorando, sozinho, mero quadro de comoção.

9 de novembro de 2009

Drive safe

Já aqui tinha postado um vídeo deste género, mas mesmo assim decidi hoje postar este, sobretudo pela carga emotiva que lhe vem aliada.

As imagens neste vídeo são meras montagens, no entanto apresentam uma violência que pode ferir quem as visualiza. Espero apenas que quem as veja tenha noção da responsabilidade necessária a quem conduz e a quem anda na estrada.

Amor...nem mais pode ser

Sentimento nobre e incomparável,
Sentimento que todos querem ter,
Sentimento enorme e indecifrável,
Sentimento que tanto faz sofrer.

Amor é o tudo que nada significa,
É a palavra que nada revela,
Amor é o nada que no final fica,
É a palavra, só a palavra, singela.

O amor, esse suposto sentimento,
É apenas o assumir da sua inexistência,
Não mais que isso é, nem mais pode ser,
O amor, mera razão de sofrimento,
É apenas uma invenção, indecência,
Não mais que isso é, nem mais pode ser.

6 de novembro de 2009

Impaciência

Sem paciência para um mundo de dor,

Sem paciência para a tristeza e o amor,

Sem paciência para por algo lutar,

Sem paciência para tudo, menos chorar.

 

Chorar as lágrimas que a vida me provoca,

Chorar as lágrimas que me ardem no rosto,

Chorar pelas mágoas que a memória evoca,

Chorar pelas mágoas de meu coração aqui posto.

 

Espero um dia abandonar tão grande sofrimento,

Poder finalmente sorrir e a vida contemplar,

Espero um dia abandonar este sentimento,

Poder finalmente sorrir e ser feliz, sem amar.

4 de novembro de 2009

2 de novembro de 2009

Paragens

Parado no tempo sem saber,

Parado nas memórias do passado,

Parado no tempo sem querer,

Parado sozinho, abandonado.

 

À espera de quem nunca encontrei,

Procurando aquela que nunca achei,

Chorando pela ausência de alguém,

Procurando aquela que sempre amei,

À espera de quem? Nunca saberei…

 

São paragens com que tenho que viver,

Pedaços de dor a que estou destinado,

São paragens em que vou sempre sofrer,

Tristes paragens de um ser nunca amado.

30 de outubro de 2009

Madrugadas de solidão

Os dias passam por mim sem me dar conta,

Consigo transportam o sonho da felicidade,

Os dias passam e em mim desponta

O desejo de afastar de mim a saudade.

 

Mas a noite devolve-me a utopia,

Leva-me novamente a acreditar,

Mas a noite faz com que sorria,

E restitui-me o direito de sonhar.

 

E é quando sonho que atinjo a felicidade,

Uma felicidade falsa que de falsidade não passa,

E é quando sonho que acabo com a crueldade,

Uma crueldade sempre presente e nunca escassa.

29 de outubro de 2009

Sinceridade

Sorrisos invadiram meu mundo,

Sorrisos que não consegui evitar,

Sorrisos pararam-me o tempo,

Sorrisos que eu luto por recordar.

 

Foram sorrisos, meros sorrisos,

Nada que disso passará,

Foram sorrisos, meros sorrisos,

Que minha alma sempre recordará.

 

E hoje acabaram os sorrisos

De alguém por quem sempre lutei,

E hoje acabaram os sorrisos

De quem, infelizmente, sempre amei.

27 de outubro de 2009

Falsos olhares

Olhares que me marcaram,

Olhares que de nada passaram,

Olhares de tal maneira errados,

Olhares que infelizmente acabaram,

Olhares que em mim ficaram.

 

Foram olhares apenas meus,

De ti nunca eles partiram,

Foram olhares nunca teus,

Teus lábios nunca me sorriram.

 

O dia de hoje marca o fim,

Terminou o sonho de te ter,

O dia de hoje acaba assim,

Com o meu sonho de não sofrer.

26 de outubro de 2009

Perdido

Lágrimas pelo meu rosto escorrem,

Lágrimas que nunca irão secar,

São lágrimas por mim provocadas,

Lágrimas que nunca irão acabar,

Lágrimas de dor que não morrem.

 

Sorrisos deixam de acontecer,

Não existem razões para tal,

Sorrisos que lutei por não perder,

Não evitei o seu adivinhado final

E hoje choro e continuo a sofrer.

 

Sofrimento meu, só meu,

Sofrimento que tão bem conheço,

Sofrimento de quem erros cometeu,

Sofrimento pelo qual padeço.

 

E aqui, só, recordo o que foi sentido,

E aqui, só, me sinto imensamente perdido.

25 de outubro de 2009

Simples versos

Procuro-te com o olhar,
Sei que te encontrarei,
Procuro-te sem cessar,
Perseguindo o que sonhei.

Se nunca te encontrar,
Sei que chorarei,
Se nunca te tocar,
Tenho a certeza que morrerei.

Morrerei sem sentir
Tudo pelo que lutei,
Morrerei sem sorrir
E sozinho acabarei.

22 de outubro de 2009

21 de outubro de 2009

Significados

Olhares que me mudaram o mundo,

Sorrisos que me fizeram sonhar,

Palavras que me tocaram no fundo

E gestos que sempre irei recordar.

 

Foram minutos de falsa realidade,

Minutos em que sonhava ter-te,

Acordei e não estavas a meu lado

Era essa a tão dolorosa verdade,

Estava condenado a perder-te.

 

Perder-te sem nunca te ter tido,

Viver sabendo que nunca me olhaste,

Perder-te a pensar no que podia ter sido,

Viver sabendo que nunca me amaste.

20 de outubro de 2009

Pôr-do-Sol

Porque o pôr do sol transmite muitas mais emoções e muitos mais sentimentos do que parece, tendo a força de nos levar a sair do nosso mundo para entrar num mundo bem melhor.

19 de outubro de 2009

Lágrimas de sangue

Lágrimas pela minha face escorrem,

Queimam-me a pele e ardem,

Lágrimas com meus sonhos acabam,

Magoam-me e a felicidade apagam.

 

São lágrimas de sangue

Que dores expressam,

São lágrimas de sangue

Que nunca mais cessam.

 

Sangue de um corpo flagelado,

Um corpo que não pára de sofrer,

Sangue de um corpo abandonado,

Um corpo que nunca o irá ser.

18 de outubro de 2009

Medos passados

Águas percorrem o meu corpo,

Tentando a dor de mim afastar,

Têm difícil tarefa estas águas,

Talvez nunca a possam concretizar…

E com todas estas dores acabarei morto.

 

Morto por nunca te ter tido,

Por nunca ter tocado teus lábios,

Por não saber qual o seu sabor,

Por ter optado por viver a dor

Em vez de seguir conselhos sábios,

E ter sido feliz como podia ter sido.

 

Não soube a vida aproveitar,

Morrendo consumido pelo arrependimento,

Por tanta coisa que não tive coragem de fazer,

Morrendo consumido por tamanho sentimento,

E chorando, como sempre chorei, por amar…

17 de outubro de 2009

Dias de solidão

São dias de dor

São dias de paixão

São dias de amor

São dias de solidão.

 

São dias em que choro

São dias em que te quero

São dias em que imploro

São dias em que por ti espero.

 

São dias que demoram a passar

São dias em que lágrimas correm

São dias em que esperanças morrem

São dias em que sofro por amar.

 

São dias, meros dias, que um dia vão acabar,

São dias, meros dias, que um dia vou recordar.

Nos meus braços

Chorava sozinho, perdido,
Gritava triste, esquecido,
Lutava cansado, enfraquecido,
Acabava como começara, deprimido.

Nos meus braços a felicidade morria,
Tudo o que tinha, tudo o que queria ter,
Nos meus braços tudo se perdia,
Ambições de uma vida passada a sofrer.

Dizia assim adeus a tudo aquilo que sonhei,
Abandonava a esperança de um dia ser feliz,
Deixava para trás todos os sorrisos,
Abandonava tudo aquilo que sempre quis,
Recordando apenas todas as lágrimas que chorei.

15 de outubro de 2009

Transparências

Vi-te antes de me veres,
Vi-te antes de alguém te ver,
Vi-te como eras de verdade,
Vi-te como alguém que queria ter,
Vi-te antes de nada quereres.

Senti-te como nunca tinha sentido,
Senti-te como sempre quis sentir,
Senti-te e deixei de estar perdido,
Senti-te e comecei então a sorrir.

Perdi-te ainda antes de me sorrires,
Perdi-te sem nunca te ter tocado,
Perdi-te sem nunca me sentires,
Perdi-te sem nunca me teres amado.

14 de outubro de 2009

Kiss

O vídeo desta semana é um pouco longo, mas vale totalmente a pena "perder" oito minutos a vê-lo. É a melhor e mais comovente curta metragem que já vi... Espero que gostem!

Eu e tu

Ninguém sabe o que é amar,
Menos tu, menos eu,
Porque o amor é tudo isto,
Tudo pelo que temos de lutar,
Porque sem ti não existo,
Porque juntos não vamos chorar.

Ninguém sabe o que é sofrer,
Menos tu, menos eu,
Porque a dor é o que nos move,
Tudo o que temos de vencer,
Porque tudo nos comove,
Porque nada nos faz ceder.

Ninguém sabe o que nós sabemos,
Porque ninguém vive o que vivemos,
Ninguém será feliz como seremos,
Porque ninguém sofreu o que sofremos.

12 de outubro de 2009

Dias de solidão

São dias de dor
São dias de paixão
São dias de amor
São dias de solidão.

São dias em que choro
São dias em que te quero
São dias em que imploro
São dias em que por ti espero.

São dias que demoram a passar
São dias em que lágrimas correm
São dias em que esperanças morrem
São dias em que sofro por amar.

São dias, meros dias, que um dia vão acabar,
São dias, meros dias, que um dia vou recordar.

11 de outubro de 2009

Falésia da morte

Olhos pela morte cerrados,
Não mais se voltarão a abrir,
Corpos pela morte acabados,
Não mais irão sofrer,
Gritos pela morte calados,
Não mais irão surgir.

Feliz morte, feliz final,
De quem já não queria viver,
Feliz morte, fatal,
De quem tudo decidiu perder.

Maldita morte que não chega
Maldita morte que nos deixa acordar,
Maldita morte que não me leva,
Maldita morte que me deixa chorar.

10 de outubro de 2009

Sem voz

Gritei.
Por saber que só assim podia ser feliz,
Por querer mostrar que era alguém,
Por não ter conseguido o que quis,
Por estar condenado a não ser ninguém.

Gritei.
Quando a vida me deitou ao chão,
Quando tive de aprender a lutar sozinho,
Quando deixei de ouvir o coração.

Gritei.
Por não saber mais o que fazer,
Por tudo à minha volta estar errado,
Por nunca me ter sentido amado,
Por estar destinado a sofrer.

Gritei até hoje,
Mais não consigo gritar,
Gritei até hoje,
Até a esperança acabar.

21 de setembro de 2009

Procuro

Procuro alguém na noite,
Alguém que não consigo encontrar,
Choro pela sua ausência,
Sei que com ela vou continuar,
Mas continuo à procura,
Esta busca nunca irá acabar,
Por saber que vale a pena,
Por saber que a vou achar.

Se nunca a tiver sei que chorarei,
Sei que a minha vida não fará sentido,
Sei que pelo fim da dor gritarei,
Sei que me sentirei perdido,
E sei que a tristeza comigo acabará, isso eu sei.

19 de setembro de 2009

Liberdade

Voou com os braços abertos para o mundo,
Voou perseguindo sonhos, esperanças e ilusões,
Voou tentando alcançar a verdade que todos procuram,
Voou sentindo o vento que já atingiu tantos corações,
Voou, por voar, alimentado pelo sofrimento profundo.

Enfrento tempestades que me fazem balançar,
Aproximo-me da terra sem nunca nela tocar,
Luto para na minha jornada continuar,
Sei que depois da dor a felicidade vai chegar,
Sei que depois das lágrimas o sorriso me vai achar.

E se estiver condenado a apenas chorar,
Se não puder nunca sorrir como sempre quis,
Espero que possa na vida encontrar
Alguém que me possa fazer feliz.

18 de setembro de 2009

Amor?

Pedro era um rapaz como tantos outros. Não se achava especial, não por nunca lhe terem dito que o era, mas porque as pessoas que lho haviam dito não o faziam sentir aquilo que afirmavam. Mas Pedro não queria ser especial, bastava-lhe ser aquele rapaz que cumprimentava toda a gente com um sorriso, aquele rapaz que tantas vezes dava por si a rir à gargalhada, aquele rapaz que acordava todos os dias com dores mas que adormecia todos os dias com um sorriso. Pedro era feliz, ou assim ele pensava.

Com 23 anos Pedro conhecia a rapariga que viria a mudar a sua vida. Chamava-se Mariana e tinha a mesma idade. Logo na primeira vez em que olharam um para o outro Pedro percebeu que Mariana não era uma rapariga como as outras. Viu nos seus olhos aquilo que sempre procurara em alguém e a partir dessa tarde passaria a ter na sua cabeça a imagem daquela que era, para ele, a mulher mais perfeita à face da terra.

Com tempo conheceram-se. Primeiro com simples “olás”, depois com tardes passadas juntos, seguiram-se os almoços a dois e depois os jantares, até que o destino fez com que se beijassem, e assim começasse aquilo que para Pedro era um sonho tornado realidade. Nunca ele havia pensado que poderia vir a viver algo de tão perfeito como aquele namoro com a rapariga dos seus sonhos e todas as noites, antes de se deitar, fazia questão de escrever uma carta dirigida à Mariana, cartas que guardava religiosamente.

Foi então que, passados mais de cinco anos de namoro, Mariana acaba inesperadamente uma relação que Pedro tinha como eterna. De um momento para o outro Pedro vi-a o seu mundo cair-lhe aos pés sem que ele pudesse fazer nada para o manter em pé. Para ele aquilo não era apenas o final de um namoro, era o final de um projecto de vida, era o final daquilo que o tinha feito sentir como o homem mais sortudo do planeta.

Com 28 anos Mariana mostrara o seu verdadeiro eu e a cegueira de Pedro era curada. A frieza com que Mariana se dirigiu a Pedro para terminar o namoro gelou o coração ao rapaz. Mariana dissera que queria construir uma família, mas que não o queria nem podia fazer com alguém que nem sequer poderia jogar à bola com os seus filhos. Foram estas as palavras da “rapariga mais perfeita do planeta”.

Pedro era paraplégico desde os 11 anos. Os seus pais tinham morrido no acidente que lhe causara a paralisia. Ele, depois de muito tempo, conseguira ultrapassar a dor de não ter a seu lado os pais, muito graças à Mariana, que tudo fez para que Pedro conseguisse deixar de viver daquela tão má memória. Agora Pedro vi-a Mariana a deixá-lo, vi-a as recordações da morte dos pais a voltar e vi-a a sua vida a deixar de fazer sentido…

Uma semana depois de mundo lhe desabar sobre os pés, Pedro foi encontrado, já sem vida, junto à campa dos seus pais, ficando para sempre a sua história, que por causa da Mariana acabou da pior maneira, mas que também por causa da Mariana teve o melhor início que qualquer um pode sonhar.

15 de setembro de 2009

Noites sem inspiração

Noites em que o teu sorriso não me alcançou,
Noites em que lágrimas percorreram meu rosto,
Noites em que meu fustigado coração, ali posto,
Sentiu tão enorme dor e pelo seu final suplicou.

Mas a dor não impede a minha felicidade,
Nunca impediu nem nunca irá impedir,
Assim como esta dor não me irá deter
Na dura caminhada que farei a sorrir,
Porque um dia a alegria será verdade.

E se a alegria for já a minha realidade,
Nada mais posso pedir, nada mais posso querer,
Tenho mais do que mereço e menos do que sonhei,
Assim é a vida, assim ela terá sempre de ser…
E um dia, se o destino quiser, deixarei saudade.

Simplesmente

Simplesmente…
Um olhar apaixonado,
Um amor nunca acabado,
Um suave toque desejado.

Simplesmente…
Um minuto de verdade,
Um segundo de perfeição,
Um instante de felicidade,
Um momento de comoção.

Simplesmente…
Um silêncio desesperado,
Um beijo falhado,
Um abraço prolongado,
Um adeus eternizado.

Simplesmente…
Amor…

13 de setembro de 2009

Pediste

Pediste-me que te desse a lua,
E eu, mero mortal, ofereci-ta…
Pediste-me que te desse o sol,
E eu, quase sem forças, dei-to…
Pediste-me que te fizesse feliz,
E eu, perdido, não o consegui fazer.

Perguntaste-me porque não conseguia,
Perguntaste-me porque te tinha dado a lua e o sol…
Respondi-te, sem saber, sem pensar, ser querer,
Disse-te que não te podia dar o que não tinha,
Disse-te que outro alguém o conseguiria fazer,
Pedi-te perdão, ignoraste e em mim a dor plantaste,
Mas eu continuei a amar-te enquanto sofria.

E foi então que me deste uma oportunidade
Para poder tentar fazer-te sorrir,
Tentei, tanto tentei, a tentar continuarei,
Por saber que esse dia está para vir,
O dia em que dirás que me amas de verdade.

2 de setembro de 2009

Nota do autor

Depois de cerca de quinze dias em que nada se passou neste blog (graças às merecidas férias) regresso hoje às actualizações do Noites de Utopia.

No entanto só amanhã postarei um poema, sendo hoje a actualização meramente informativa.

Aproveito para anunciar a criação de mais um blog: Krómikas, um blog de humor que surge da necessidade de publicar alguns textos de género totalmente diferente daquele a que aqui dou a conhecer.

Sem mais nada a dizer, espero que continuem a visitar este meu blogue.

14 de agosto de 2009

Desconheço-me

Não sei quem sou nem o que serei,
Não sei onde estou nem onde estarei,
Não sei porque não sei…saberei?

Queria-me conseguir definir,
Queria as minhas palavras entender,
Queria perceber os meus pensamentos,
Queria explicar tantos momentos,
Queria apenas deixar de sofrer,
Queria, queria muito, sorrir.

Não sorrio, nunca consegui sorrir,
Choro sem saber a razão,
Talvez nunca a possa descobrir,
A isto está destinado meu coração,
Desconheço-me, sempre isso irei sentir.

12 de agosto de 2009

11 de agosto de 2009

Um minuto

Um simples minuto de olhares,
Um mero minuto de paixão,
Só um minuto para me deixares,
Só um minuto para me ficares no coração.

Um minuto, só um minuto, o tempo voou,
Nada mais foi preciso, nada mais importou,
Nesse minuto o mundo todo se resumiu,
Nesse minuto o nosso destino se marcou,
Nesse eterno minuto, a saudade ficou.

Saudade de olhares, sorrisos e segredos,
Tudo o que nesse pequeno minuto acabou,
Saudade dos teus lábios, doces, únicos,
Tudo o que qualquer homem para si desejou…
Num minuto fui destruído por todos os meus medos.

8 de agosto de 2009

7 de agosto de 2009

Procuro-te

Por entre a escuridão da noite procuro teu rosto,
Deparo-me com o vazio a que já me habituei,
Acabo por desistir de tal inútil e dolorosa missão,
Desistindo de tudo o que sempre desejei,
E deixando-me corroer por tão grande desgosto.

Mas é então que a tua luz brilha em mim,
É então que o teu sorriso me preenche,
Sinto que do meu corpo não faço mais parte,
Tudo o que conheço abate-se como uma avalanche,
E eu fico confuso, perdido, sozinho assim.

Sei que na noite seguinte tudo esquecerei,
Sei que depois de voltar a mim tudo entenderei,
Sei que este sonho é a vida que agora tenho,
Sei que tudo o que tenho nem sempre terei,
Sei que sou feliz, sei que sorrio, isso sei.

6 de agosto de 2009

Memórias

Ao fundo de ruas calcetadas,
Pessoas conversam, sem saber,
Recordam histórias passadas,
Não as querem nunca esquecer,
Vivem sós mas esperançadas
De que aquilo sempre irão ter,
Meras memórias inacabadas.

Pessoas que sorriem por sorrir,
Assim não se sentem perdidas,
Vivem cada dia para sentir
Que suas almas esquecidas
Poderão um dia partir
E levar consigo lembranças omitidas.

5 de agosto de 2009

Horizontes

Mergulho no horizonte
Tentando inspiração encontrar
Perco-me em recantos desconhecidos
Perco-me por esses recantos abandonar
Perco-me por pela perfeição serem preenchidos
Recantos que ninguém é capaz de lembrar…

Sou sugado pelo horizonte
Ambicionando nunca mais regressar
Sou abençoado por estas palavras
Que jamais me irão abandonar
Sou compensado por saber sofrer
E por saber a dor aproveitar…

Escrevo pelo horizonte
Querendo tudo demonstrar
Faço-o por o ter que fazer
Faço-o para as lágrimas atenuar.

4 de agosto de 2009

Música no coração

Devido a motivos de ordem pessoal não me foi possível actualizar este blog nos últimos tempos. Peço desculpa aos leitores que aqui se dirigiram e prometo que a partir de hoje retomarei as actualizações regulares.

Para já fica mais um poema (de nome: "Música no Coração"). Espero que gostem.

Música que preenche corações
Música que nos leva a sonhar
Música que marca o ritmo de lágrimas
Música que nos leva a acreditar
Música que acompanha paixões.

Bendita ela seja
Por nunca nos fazer desistir,
Bendita ela seja
Por tantas vezes nos fazer sorrir,
Bendita ela seja
Por tanto nos fazer sentir.

Banda sonora de histórias de dor
Mas também de histórias de amor.

Música de absolvição,
Música no coração!

24 de julho de 2009

Fruto proibido

Desejo incessante
Força desconcertante
Beleza deslumbrante.

És aquilo que todos desejam,
Aquilo que todos conduz à dor,
És aquela miragem constante,
Aquilo que em todos cria amor,
És aquilo que os todos invejam.

Fruto proibido de jardim algum,
Fruto proibido jamais alcançado
Fruto proibido sempre sonhado
Fruto proibido por todos amado…
Fruto proibido…fruto nenhum.

21 de julho de 2009

Nota de autor (mais uma...esta é definitiva)

O anunciar da criação de uma nova secção neste blogue, de nome: "Reflectindo...", traduziu-se num acto apressado e irreflectido, pelo que tal componente não será acrescentado ao "Noites de Utopia".

Por sua vez decidi avançar com um projecto antigo mas que nunca tinha tido coragem de "lançar". Trata-se de uma nova secção que será dedicada a textos em prosa, essencialmente contos, por mim escritos. Esta nova secção terá actualização quinzenal e os temas serão variados.

Postei já a primeira história/conto (peço desde já desculpa pelo tamanho do post...).

Espero que gostem!

Amor eterno

Rodrigo e Joana eram um casal feliz e apaixonado. Estavam juntos há quase 5 anos e em todos aqueles anos as discussões sérias e preocupantes podiam contar-se com os dedos de uma só mão. Tinham aquilo que qualquer um quer ter. Amavam-se da mesma maneira, demonstravam-no diariamente e apoiavam-se incansavelmente. Eram a prova de que a perfeição existe, uma perfeição criada por eles para eles, e uma perfeição que fazia qualquer um afirmar que tinham sido feitos um para o outro.
Por tudo isto foi sem surpresas que Rodrigo pediu em casamento à sua amada. Naquele momento, em que ele estava ajoelhado perante Joana e lhe fazia o pedido, ela não precisava de responder. Bastava olhá-la nos olhos para perceber a sua resposta. Era o formalizar de uma relação cuja continuidade nunca havia ter estado em causa, uma continuidade marcada ainda mais fortemente pelo compromisso.

Hoje fazem 10 anos daquele pedido. Joana está prostrada na pedra fria de mármore, chorando ao mesmo tempo que sorri. Sabe que Rodrigo, sua eterna paixão, quereria que ela ultrapassasse a dor e sorrisse como sempre fez quando esteve com ele. No entanto as lágrimas são inevitáveis. O aniversário daquele momento, um dos mais marcantes da sua vida, surge aliado ao desastre de há cerca 8 anos atrás.
 
Chovia torrencialmente mas Rodrigo não pensava no perigo que enfrentava. Acabava de saber que Joana entrara em trabalho de parto e ele não estava lá. O sentimento de culpa por estar ausente no nascimento da filha corroía-lhe a mente ao mesmo tempo em que a felicidade por ser pai o alegrava. Queria estar com a sua mulher. Tinha que estar com ela. E por isso pisava o acelerador como se daquilo dependesse a sua vida. E foi então que, num momento, Rodrigo perdeu o controlo do carro, embateu nos raids laterais e foi colhido por um camião que vinha no sentido oposto. A morte foi imediata.
 
Passados pouco mais de 8 anos Joana recorda o marido de quem ainda tem saudades, acompanhada da sua filha, de nome Sara. Não tinha voltado a casar, e a meia dúzia de saídas com homens só a levaram a sentir que Rodrigo era o único homem que tinha amado. Por isso, porque o sentimento era de tal maneira forte que nada o fez esquecer, Joana tinha-se habituado à ausência do marido, mas mesmo assim eram muitas as noites em que acordava ao pensar tocá-lo.
 
Rodrigo e Joana foram separados pela morte, mas nem essa força inigualável foi capaz de apagar a perfeição e a magia que existiu até à sua chegada. A filha deles, Sara, sentiria tal como sua mãe a ausência do pai, tornando-o o seu herói e o seu modelo. Ele estaria eternamente na memória e no coração de Joana e da filha de ambos, provando que nada, mesmo nada, pode acabar com o amor verdadeiro entre duas pessoas.

20 de julho de 2009

18 de julho de 2009

Children see. Children do.

Instante

Parei na estrada,
Tentei-a encontrar,
Vi-a do outro lado,
Tentei-a alcançar,
Percebi que a amava,
Tinha de a abraçar,
Estava cansado
De sempre chorar.

Aproximei-me sem hesitar,
Caminhei na sua direcção,
Parei para a contemplar
Sentia o bater do seu coração.

E foi então que lhe toquei,
E foi então que tudo mudou,
Uma vida de dor abandonei,
Uma vida de sonho começou!

17 de julho de 2009

16 de julho de 2009

Tempestade

Atingido por uma tempestade de sonhos perdidos,
Derrubado pela realidade de uma vida de sofrimento,
O rapaz chora, só, como sempre fez e sempre fará,
Ele sabe que a felicidade o atingirá a qualquer momento
Mas queria senti-la já e esquecer todos os males sofridos.

Mas tal não irá acontecer, não agora, não podia ser,
Porque ele tem que continuar como sempre esteve,
Tem que continuar com o calvário eterno de sofrer
Até poder libertar todos os gritos que em si conteve
Mostrando sentimentos que nunca quis perder.

Será nesse dia que a tempestade se dissipará
Deixando a descoberto um rapaz melhor
Um rapaz que merece sorrir e ser feliz,
Deixando a descoberto cicatrizes de dor
E revelando aquele que nunca mudará!

9 de julho de 2009

3 de julho de 2009

Insónias

O céu, ainda há pouco repleto de escuridão,
É agora consumido pelo suave amanhecer,
Acompanhei, mesmo não querendo, a sua chegada,
Contei pacientemente todos os segundos,
Ansiando que com isso iria adormecer
E iria sonhar, conquistando a perfeição.

Mas sabia que tal não iria acontecer…
Seria só mais uma noite passada sem os olhos fechar,
Mais uma noite em que me perdi no horizonte,
Mais uma noite em que a dor não consegui evitar,
Seria só mais uma noite em que teria de sofrer.

E sofri, como sempre fiz, como sempre farei,
Sabendo que nada fará o meu sorriso desaparecer,
Sabendo que nunca esta dor me fará deixar de lutar,
Sabendo que não tendo aquilo que quero ter,
Tive tudo o que mereci, tudo o que desperdicei.

2 de julho de 2009

Nota do autor

A pouca inspiração que tenho tido nos últimos tempos levou a que as actualizações a este blogue se tornassem cada vez mais escassas. Por tal facto, e por achar que poderei enriquecer o “Noites de Utopia”, decidi que está na altura de inserir novos conteúdos, ou seja, irei reformular novamente este espaço, embora que as alterações sejam mínimas.

Em primeiro lugar, o “Vídeo da Semana” apresentado na barra lateral deixará de existir. Em sua substituição, e visto que todos os vídeos que inseri eram musicais, colocarei uma playlist com várias músicas, cuja actualização será regular.

Surgirá também uma nova secção, denominada “Vale a pena ver”, que consistirá num vídeo. Esta nova secção será actualizada todas as quintas-feiras (a partir da próxima). Aliada a esta surgirá outra secção, composta por uma imagem e cujo nome será “Imagem da semana”. Esta será actualizada todas as segundas-feiras (a partir da próxima).

E é tudo... Espero que continuem a visitar o “Noites de Utopia” e que estes novos conteúdos sejam do vosso agrado.
O autor:
Daniel Paiva

30 de junho de 2009

Pedaços

São pedaços de almas destruídas
A boiar num mar de dor desigual,
São pedaços de penosas vidas
Que encontraram o seu final,
São pedaços de almas perdidas
Com um destino negro e fatal.

Meros pedaços, nada mais são,
E embora outrora formassem um corpo
Hoje não mais revelam que lágrimas,
Pertença eterna de um coração.

Um dia esses pedaços irão desaparecer,
Levando consigo histórias de sofrimento,
Escondendo para sempre toda a dor,
Nesse dia ficará marcado o momento
Em que uma alma deixou de sofrer.

27 de junho de 2009

Noites e Noites

Todos os poros libertam suor,
Todo o ser parece ser sufocado,
É indisfarçável aquela tão grande dor,
É indiscutível a presença de um ser amargurado.

A noite traz-lhe sonhos aterrorizantes,
Revela-lhe visões do passado que tanto o magoou,
Fantasia um presente que ele quer ignorar,
Relembra-lhe lágrimas que tantas vezes derramou,
Faz com que as derrame novamente por instantes.

Mas sem a noite ele não pode viver,
Não consegue aquele fantasma afastar,
Porque sabe que só na noite pode acreditar
Que um dia todos os sonhos vai realizar,
E deixará finalmente de sofrer…

19 de junho de 2009

Águas

Águas pelo silêncio perturbadas
Envoltas em mistério e escuridão,
Águas que guardem em si segredos,
Nunca revelam sua desmedida imensidão,
Águas que libertam lágrimas nunca acabadas.

São águas de dor e de felicidade,
Águas que em si contêm todas as emoções,
Águas que têm devaneios de tantos corações,
São águas salvadoras de toda a verdade.

Temerosas águas estas que todos conhecem,
Temerosas águas estas que ninguém quer conhecer,
Temerosas águas estas que nunca se esquecem,
Temerosas águas estas que estou prestes a perder.

15 de junho de 2009

Infinito

Vivo procurando uma razão,
Tentando descobrir o porquê,
Ansiando pela justificação
Que me faça continuar a viver.

No entanto nada consigo concluir,
Nenhuma resposta alcanço,
Por mais caminhos que percorra,
Na dúvida e incerteza me balanço
Mas não será isso a impedir-me de sorrir.

Continuarei em busca da verdade,
Sabendo que dificilmente a encontrarei,
Mas disso não depende a minha felicidade,
Porque aconteça o que acontecer feliz sempre serei!

12 de junho de 2009

Amor II

Amor é o sorriso e a saudade,
É a imensidão de um simples olhar,
É uma palavra, um toque, um abraço,
É num instante todo o sentimento mostrar…
Amor é o indescritível, é a eternidade.

Amor é a perfeição de um beijo,
É a força contagiante de felicidade,
É um carinho preenchido pela paixão,
É a ausência de mentira, a sinceridade…
Amor é o infindável e incontrolável desejo.

Amor é o tudo que tudo pode fazer,
É o nada que tudo consegue dizer,
É a contradição de pensamentos,
É aquilo que jamais irá desaparecer…
Amor é sorrir, chorar, dar e receber!

10 de junho de 2009

Pétalas de esperança

Das rosas caiem pétalas repentinamente,
Apodrecem no chão por tantos ignorado,
Deixam rastos de abandono e de morte,
Libertam o peso de tudo o que foi chorado
E desaparecem, instantaneamente.

Das rosas sai a fragrância da vida,
Uma vida manchada pela vaidade,
Uma vida despojada de felicidade
E onde tudo o que existe é ferida.

Mas das rosas a esperança é libertada,
O crer que tudo irá mudar para melhor,
Aquilo que nos move, nos fortalece,
O acreditar que irá desaparecer toda a dor
E que a alma deixará de ser flagelada.

8 de junho de 2009

Momento

Os toques sinceros, suaves e sentidos,
Os sentimentos finalmente emergidos,
Tudo formou a perfeição inesperada,
Corações confrontados, situação esperada,
O silêncio ditou pensamentos e emoções,
Enquanto gestos transpareciam acções.

O toque de lábios, de corações,
Parou o tempo, alimentou sonhos,
Tornando em realidade a utopia,
Transformando olhares tristonhos
Em mera história, recordações.

A paixão os corpos consumiu,
O desejo fez a transpiração fluir,
Beijos seguiram-se incessantemente,
Beijos de amigos que irremediavelmente
Todos os segredos faziam surgir…
Em tudo isto, o amor se viu!

4 de junho de 2009

Sorriso das Estrelas

Erguem-se no céu negro sobre mim
Brilhantes estrelas que me iluminam,
Ao olhá-las vejo que para mim sorriem,
Percebo que são elas que me encaminham,
E sei que assim farão até ao temido fim.

Estrelas eternamente sorridentes,
Sabem tudo o que podem saber,
Observam as tristezas e as alegrias,
Delas nada posso esconder,
São as minhas estrelas confidentes.

Transmitem-me a sua esperança,
A sua crença infinita na felicidade,
Levam-me a sorrir constantemente,
Mostram-me o lado bom da realidade,
Aquele que apenas existe com confiança.

Sem elas não viveria como vivo,
Sem elas não sorriria como sorrio,
Sem elas toda a força perderia.

Obrigado estrelas.

2 de junho de 2009

Palavras

Palavras atenuam dores do coração,
Revelam desejos escondidos pela razão,
Tristes palavras, assim sempre serão.

Palavras pelo tempo ditadas,
Disfarçadas pela vergonha incessante,
São palavras, meras palavras,
Necessidade para mim constante,
Traduzem mágoas nunca acabadas.

Mas são palavras pela esperança preenchidas,
Repletas de sonhos, utopias e ambições,
Espero transmitir com elas sentimentos,
Fazendo transbordar todas as emoções,
E tornando eternas palavras sofridas.

1 de junho de 2009

Homens

Homens suplicam paz
Enquanto deles o sangue escorre,
Homens caiem moribundos
Enquanto a sua alma morre.

Homens perdem-se sós
Deixam de se encontrar,
Homens choram envergonhados
Deixam de ter capacidade de sonhar.

Homens erguem-se na dor
Abandonando a solidão,
Homens limpam as lágrimas
E ouvindo seu coração
Alcançam a felicidade desejada,
E a tristeza é acabada.

31 de maio de 2009

30 de Maio

A noite, marcada pela união,
A noite, preenchida pela paixão,
A noite, eternamente no coração,
A noite, reveladora de toda a emoção.

A noite que passou a correr,
Que acabou mas não teve final,
A noite que haveria de ser
O início da perfeição abismal
E o fim de todo o sofrer.

O sentir de que era o momento,
O crer de que não devia adiar,
Tudo conduziu àquela pergunta,
Cuja resposta o destino ia ditar,
Mostrando tamanho sentimento.

Concretizava-se o desejado,
Oficializava-se o amor indisfarçável,
Era o explodir inevitável
Daquilo que hoje é inabalável,
E que compensa tudo o que foi chorado.

29 de maio de 2009

Sangue

O sangue escorre por entre dedos dilacerados
Por murros incessantes e de prazer,
Feridas provocam dores indescritíveis,
Dores que todos eles querem ter…
São os seres pela angústia assombrados.

A seiva encarnada mancha o chão,
Deixa em pânico as pessoas em redor,
Vidas são acabadas, perdem-se,
Tudo é esquecido, até a dor,
E para sempre as histórias ficarão.

Histórias de homens abandonados,
Ao sabor do vento deixados,
Humanos massacrados pelo tempo,
Que outrora foram esperançados
E agora morrem, esgotados.

27 de maio de 2009

Mandamentos de vida

Lágrimas não derrames por quem não as merece,
Noites não desperdices para sofreres,
Não lutes se sabes que não vale a pena,
Chega de momentos bons perderes,
Luta pela felicidade, pelo que o teu corpo padece.

Acredita em quem deves acreditar,
Dá tudo o que tens, nada tens a perder,
Acorda todos os dias com vontade de viver,
Confia em ti, torna-te naquilo que queres ser
Nem que para isso tenhas que tudo enfrentar.

Faz com que a tua vida seja a melhor,
Faz com que as dos outros o sejam também,
Sorri para as tempestades com que te deparares,
Verás que aí haverá sempre alguém
Para te ajudar e de ti eliminar a dor.

Acredita!

25 de maio de 2009

Noites de Utopia

Noites em que o coração se expressa,
Transmitindo dores, mágoas e emoções,
Noites em que a alma tudo confessa,
E em que palavras traduzem sensações.

São noites em que lágrimas escorrem
Pelo simples facto de terem de escorrer,
São noites em que tristezas morrem
E em que um corpo deixa de sofrer.

Noites cada vez mais essenciais,
Que revelam tantos sonhos e ambições,
São noites repletas de utopia,
Onde as folhas se enchem de orações,
E em que a esperança não acabará jamais!

24 de maio de 2009

Sentimento Imortal

Era um rapaz, um simples e mero rapaz,
Alguém que havia sofrido toda a sua vida,
Alguém que estava cansado do sofrimento,
Alguém que lutando nunca o fez realmente
Porque nunca soube como o fazer,
Perdeu-se, desistiu constantemente,
Até ao dia em que aconteceu o momento,
Até ai dia em que a dor foi perdida
E ele se sentiu finalmente capaz.

Aquele rapaz nascia novamente,
Começava a viver o que sempre quis viver,
Realizava sonhos outrora utópicos,
Tornava-se naquilo que sempre quis ser,
E era feliz como merecia, finalmente.

Dele se recorda a esperança abismal,
Os sorrisos sinceros, marcados pela inocência,
Os passos errados que deu até àquele momento,
As dores que provocou sem sequer saber,
O estado em que acabou, completa demência,
E o seu amor, sentimento imortal.

23 de maio de 2009

Rios sangrentos

São suaves as ondas dos rios chorados
Que transportam mágoas e vivências
De seres cuja felicidade se esvai,
Nada fazem, mantendo aparências,
São seres mortos, seres acabados.

Mas nos rios navega também a esperança,
Navegam sorrisos repletos de sinceridade,
As dores são por tudo isto apagadas,
Levando ao esquecimento da realidade,
Levando ao aparecimento da bonança.

É então que o corpo morre afogado,
Sem força para lutar contra a corrente,
Sem coragem para continuar a viver,
Perde-se nas águas, eternamente,
Deixando o sangue correr, triste fado.

19 de maio de 2009

Gritos na noite

Almas choram e suplicam
Pela alegria que nunca as atingiu,
Não desistem dos sonhos, gritam,
Sabem que a vida que nunca lhes sorriu
Lhes oferecerá a paz que elas conquistam
Por cada fôlego que delas partiu,
Por cada lágrima mais fortes ficam.

Almas desligadas de corpos perdidos
Corpos que um dia a elas voltarão,
Corpos eternamente feridos,
Totalmente curados jamais estarão,
Porque os espinhos sempre sentidos
Choro constante provocarão.

Mas gritos serão pronunciados
Todas as noites, com fervor,
Gritos serão imortalizados
Pela força das palavras e pelo amor,
E um dia serão recordados
Como os gritos da noite, gritos de dor!

17 de maio de 2009

Caminhos incertos

Caminhos desconhecidos percorro,
Tentando o da felicidade encontrar,
Acabo por seguir caminhos maus,
Trilhos que à dor me querem levar,
Mas volto atrás…senão morro.

Sei que da próxima farei a melhor opção,
Sei que se não fizer posso tudo repetir,
Sei que ao errar ganho mais do que perco,
Porque depois da dor volto a sorrir,
Ressuscitando dilacerado coração.

Assim é hoje, assim sempre será,
Graças às palavras que me consomem,
Graças à esperança que nunca perdi,
Acredito na felicidade, tenho que acreditar,
Porque um dia, eu sei, minha alma a sentirá.

16 de maio de 2009

Ventos

Ventos sopram com uma força desmedida,
Afastam sonhos que pensávamos ser de uma vida,
Trazem-nos novos sentimentos, novas ambições,
Ventos sopram, curando toda a ferida,
Deixando a necessidade de mudança, sentida.

Ventos provocam lágrimas e sorrisos,
Trazem consigo pessoas boas e pessoas más,
Trazem dor, mas também trazem felicidade,
Trazem a incerteza que constitui a realidade,
Tudo na nossa vida o vento nos traz,
Até a capacidade de sermos felizes.

Mas com os ventos temos de saber lidar,
Para seguirmos em frente depois do temporal,
Para enfrentarmos o dia-a-dia, todo o seu mal,
Pois a vida é isto, mudança constante até ao final,
Em que temos de sorrir e, acima de tudo, lutar!

Regresso do Blog

Dia 8 de Maio decidi anunciar o fim deste blog. Foi uma decisão ponderada e que, no momento, achei ser a melhor, tanto para mim como para os leitores. No entanto, depois de vários acontecimentos de ordem pessoal (tais como os que originaram o fim do blog), repensei a decisão e cheguei à conclusão de que não deveria pôr termo ao meu sonho de escrever por motivos que tal medida não merecem.

Como alguns sabem o Noites de Utopia "nasceu" da vontade de publicar um pequeno livro por mim escrito ("Só tu podes alcançar") e quem acompanhou as postagens diárias de certeza que percebeu que tudo o que escrevi se dirigia a alguém.

Na conclusão do dito livro escrevi o seguinte:

"Custa-me dar a história por contada, porque sei que esta não tem final, nem sei se algum dia terá. Concluo com o sentimento de que não disse tudo o que poderia e deveria, um sentimento demonstrador de toda a crença que sempre depositei e deposito num “nós” que nunca foi oficialmente considerado cenário por Ela. No entanto a história continuará, longe do papel e longe das palavras que neste livro se encontram, e como sempre foi, imprevisível será."

Hoje, pouco do que neste parágrafo disse faz sentido.

: A história tem final, tanto que acabou (definitivamente);
: Disse tudo o que podia e disse mais do que devia. Mostrei a minha fraqueza (amar alguém da maneira como eu o fiz) e sofri as consequências;
: A crença que depositei no "nós" que nunca foi considerado cenário para ela também morreu. Sendo que o "nós" nunca existiu;
: A história continuou, longe das palavras do livro, mas "perto" deste blog. Grande parte dos poemas postados neste blog eram dirigidos a ela, razão pela qual os eliminei, decidindo começar do zero;
: A imprevisibilidade a que me refiro era uma miragem. A cegueira que me consumiu impediu-me de ver aquilo que pessoas à minha volta viam. Agradeço a quem me aconselhou a ponderar o que fazia e no que acreditava. Tenho pena de nunca ter dado ouvidos a esses conselhos, até ao momento em que a cegueira desapareceu.

Visto isto, "reabro" novamente o blog Noites de Utopia, que actualizarei regularmente e em que o negro da noite continuará a ser iluminado pela esperança das palavras, palavras estas que, finalmente, não serão dirigidas a pessoas que nada merecem!

O autor:
Daniel Paiva