21 de julho de 2009

Amor eterno

Rodrigo e Joana eram um casal feliz e apaixonado. Estavam juntos há quase 5 anos e em todos aqueles anos as discussões sérias e preocupantes podiam contar-se com os dedos de uma só mão. Tinham aquilo que qualquer um quer ter. Amavam-se da mesma maneira, demonstravam-no diariamente e apoiavam-se incansavelmente. Eram a prova de que a perfeição existe, uma perfeição criada por eles para eles, e uma perfeição que fazia qualquer um afirmar que tinham sido feitos um para o outro.
Por tudo isto foi sem surpresas que Rodrigo pediu em casamento à sua amada. Naquele momento, em que ele estava ajoelhado perante Joana e lhe fazia o pedido, ela não precisava de responder. Bastava olhá-la nos olhos para perceber a sua resposta. Era o formalizar de uma relação cuja continuidade nunca havia ter estado em causa, uma continuidade marcada ainda mais fortemente pelo compromisso.

Hoje fazem 10 anos daquele pedido. Joana está prostrada na pedra fria de mármore, chorando ao mesmo tempo que sorri. Sabe que Rodrigo, sua eterna paixão, quereria que ela ultrapassasse a dor e sorrisse como sempre fez quando esteve com ele. No entanto as lágrimas são inevitáveis. O aniversário daquele momento, um dos mais marcantes da sua vida, surge aliado ao desastre de há cerca 8 anos atrás.
 
Chovia torrencialmente mas Rodrigo não pensava no perigo que enfrentava. Acabava de saber que Joana entrara em trabalho de parto e ele não estava lá. O sentimento de culpa por estar ausente no nascimento da filha corroía-lhe a mente ao mesmo tempo em que a felicidade por ser pai o alegrava. Queria estar com a sua mulher. Tinha que estar com ela. E por isso pisava o acelerador como se daquilo dependesse a sua vida. E foi então que, num momento, Rodrigo perdeu o controlo do carro, embateu nos raids laterais e foi colhido por um camião que vinha no sentido oposto. A morte foi imediata.
 
Passados pouco mais de 8 anos Joana recorda o marido de quem ainda tem saudades, acompanhada da sua filha, de nome Sara. Não tinha voltado a casar, e a meia dúzia de saídas com homens só a levaram a sentir que Rodrigo era o único homem que tinha amado. Por isso, porque o sentimento era de tal maneira forte que nada o fez esquecer, Joana tinha-se habituado à ausência do marido, mas mesmo assim eram muitas as noites em que acordava ao pensar tocá-lo.
 
Rodrigo e Joana foram separados pela morte, mas nem essa força inigualável foi capaz de apagar a perfeição e a magia que existiu até à sua chegada. A filha deles, Sara, sentiria tal como sua mãe a ausência do pai, tornando-o o seu herói e o seu modelo. Ele estaria eternamente na memória e no coração de Joana e da filha de ambos, provando que nada, mesmo nada, pode acabar com o amor verdadeiro entre duas pessoas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Possa tens mesmo jeito para isto ..:D
Uma historia triste e feliz...
Quando o amor é grande, nem mesmo a morte separa as duas pessoas amadas...
Continua a publicar estas historias no blog, porque são muito bonitas de se ler.
Beijinhos
Margarida