Passei grande parte da minha vida
apaixonado e sempre tive facilidade em fazê-lo. Estou certo que me terei
apaixonado mais de 100 vezes, por aquela rapariga que passava na rua, pela moça
da caixa do supermercado, pela filha de uma amiga de um conhecido, por aquela moça que ainda hoje vi no bar, entre tantas
outras. No entanto trataram-se das chamadas ‘paixões assolapadas’, em que
passado 10 minutos já nem me recordava do rosto do alvo da minha paixão. Mas
eram paixões reais, daquelas que me consumiam mesmo que por minutos e me faziam
sonhar com uma história de amor. Eram paixões no seu estado puro, daquelas que
nos arrebatam com estrondo e nos deixam zonzos e sem saber o que fazer.
E se muitas das minhas paixões foram
assim, momentâneas, outras houve que o foram em toda a sua plenitude, paixões
que evoluíram e se transformaram em amor mesmo sem nunca deixarem de ser
paixões. Essas, e conto seis casos até ao dia de hoje, foram mais que paixões e
mais que amores, foram parte da minha história e são parte de mim. A essas
raparigas irei amar para sempre. Um amor diferente do que em tempos foi, é
certo, é um amor mais racional e menos de pertença. Posso até não falar
regularmente com algumas delas, posso até não lhes falar de todo (apenas por a
vida nos ter feito seguir caminhos diferentes), mas elas serão sempre ‘elas’.
Dessas seis raparigas não há uma única
história que seja igual, nem sequer que seja idêntica. Foram seis histórias de
amor que foram imperfeitamente perfeitas como o amor deve ser. E quando falo em
‘histórias de amor’ não quero com isso dizer que os meus sentimentos foram
correspondidos, nem sempre o foram. Logicamente que sofri com todas essas
histórias, mas também fui feliz. E mais importante que isso sei que contribui
para a felicidade de todas essas raparigas.
Outra característica sobre essas
histórias é que nunca terão um ponto final, mesmo que julguemos que o têm.
Podemos fechar o livro, acorrentá-lo e atirá-lo ao oceano, que se foi uma
verdadeira história de amor como as minhas foram (pelo menos naquela que é a
minha noção de amor) nunca haverá um verdadeiro fim. Aquilo que vivemos será
sempre parte de nós, seja de mim seja dela, e será sempre um pouco responsável
por aquilo que somos, aquilo em que nos tornámos.
E se eu fui feliz em todas estas
histórias, mesmo que todas elas tenham terminado (sem nunca terem um ‘FIM’),
resta-me esperar pela próxima, sendo que hoje sei que o amor é tão, mas tão
simples, que estou certo que lidarei ainda melhor com ele.