31 de maio de 2009

30 de Maio

A noite, marcada pela união,
A noite, preenchida pela paixão,
A noite, eternamente no coração,
A noite, reveladora de toda a emoção.

A noite que passou a correr,
Que acabou mas não teve final,
A noite que haveria de ser
O início da perfeição abismal
E o fim de todo o sofrer.

O sentir de que era o momento,
O crer de que não devia adiar,
Tudo conduziu àquela pergunta,
Cuja resposta o destino ia ditar,
Mostrando tamanho sentimento.

Concretizava-se o desejado,
Oficializava-se o amor indisfarçável,
Era o explodir inevitável
Daquilo que hoje é inabalável,
E que compensa tudo o que foi chorado.

29 de maio de 2009

Sangue

O sangue escorre por entre dedos dilacerados
Por murros incessantes e de prazer,
Feridas provocam dores indescritíveis,
Dores que todos eles querem ter…
São os seres pela angústia assombrados.

A seiva encarnada mancha o chão,
Deixa em pânico as pessoas em redor,
Vidas são acabadas, perdem-se,
Tudo é esquecido, até a dor,
E para sempre as histórias ficarão.

Histórias de homens abandonados,
Ao sabor do vento deixados,
Humanos massacrados pelo tempo,
Que outrora foram esperançados
E agora morrem, esgotados.

27 de maio de 2009

Mandamentos de vida

Lágrimas não derrames por quem não as merece,
Noites não desperdices para sofreres,
Não lutes se sabes que não vale a pena,
Chega de momentos bons perderes,
Luta pela felicidade, pelo que o teu corpo padece.

Acredita em quem deves acreditar,
Dá tudo o que tens, nada tens a perder,
Acorda todos os dias com vontade de viver,
Confia em ti, torna-te naquilo que queres ser
Nem que para isso tenhas que tudo enfrentar.

Faz com que a tua vida seja a melhor,
Faz com que as dos outros o sejam também,
Sorri para as tempestades com que te deparares,
Verás que aí haverá sempre alguém
Para te ajudar e de ti eliminar a dor.

Acredita!

25 de maio de 2009

Noites de Utopia

Noites em que o coração se expressa,
Transmitindo dores, mágoas e emoções,
Noites em que a alma tudo confessa,
E em que palavras traduzem sensações.

São noites em que lágrimas escorrem
Pelo simples facto de terem de escorrer,
São noites em que tristezas morrem
E em que um corpo deixa de sofrer.

Noites cada vez mais essenciais,
Que revelam tantos sonhos e ambições,
São noites repletas de utopia,
Onde as folhas se enchem de orações,
E em que a esperança não acabará jamais!

24 de maio de 2009

Sentimento Imortal

Era um rapaz, um simples e mero rapaz,
Alguém que havia sofrido toda a sua vida,
Alguém que estava cansado do sofrimento,
Alguém que lutando nunca o fez realmente
Porque nunca soube como o fazer,
Perdeu-se, desistiu constantemente,
Até ao dia em que aconteceu o momento,
Até ai dia em que a dor foi perdida
E ele se sentiu finalmente capaz.

Aquele rapaz nascia novamente,
Começava a viver o que sempre quis viver,
Realizava sonhos outrora utópicos,
Tornava-se naquilo que sempre quis ser,
E era feliz como merecia, finalmente.

Dele se recorda a esperança abismal,
Os sorrisos sinceros, marcados pela inocência,
Os passos errados que deu até àquele momento,
As dores que provocou sem sequer saber,
O estado em que acabou, completa demência,
E o seu amor, sentimento imortal.

23 de maio de 2009

Rios sangrentos

São suaves as ondas dos rios chorados
Que transportam mágoas e vivências
De seres cuja felicidade se esvai,
Nada fazem, mantendo aparências,
São seres mortos, seres acabados.

Mas nos rios navega também a esperança,
Navegam sorrisos repletos de sinceridade,
As dores são por tudo isto apagadas,
Levando ao esquecimento da realidade,
Levando ao aparecimento da bonança.

É então que o corpo morre afogado,
Sem força para lutar contra a corrente,
Sem coragem para continuar a viver,
Perde-se nas águas, eternamente,
Deixando o sangue correr, triste fado.

19 de maio de 2009

Gritos na noite

Almas choram e suplicam
Pela alegria que nunca as atingiu,
Não desistem dos sonhos, gritam,
Sabem que a vida que nunca lhes sorriu
Lhes oferecerá a paz que elas conquistam
Por cada fôlego que delas partiu,
Por cada lágrima mais fortes ficam.

Almas desligadas de corpos perdidos
Corpos que um dia a elas voltarão,
Corpos eternamente feridos,
Totalmente curados jamais estarão,
Porque os espinhos sempre sentidos
Choro constante provocarão.

Mas gritos serão pronunciados
Todas as noites, com fervor,
Gritos serão imortalizados
Pela força das palavras e pelo amor,
E um dia serão recordados
Como os gritos da noite, gritos de dor!

17 de maio de 2009

Caminhos incertos

Caminhos desconhecidos percorro,
Tentando o da felicidade encontrar,
Acabo por seguir caminhos maus,
Trilhos que à dor me querem levar,
Mas volto atrás…senão morro.

Sei que da próxima farei a melhor opção,
Sei que se não fizer posso tudo repetir,
Sei que ao errar ganho mais do que perco,
Porque depois da dor volto a sorrir,
Ressuscitando dilacerado coração.

Assim é hoje, assim sempre será,
Graças às palavras que me consomem,
Graças à esperança que nunca perdi,
Acredito na felicidade, tenho que acreditar,
Porque um dia, eu sei, minha alma a sentirá.

16 de maio de 2009

Ventos

Ventos sopram com uma força desmedida,
Afastam sonhos que pensávamos ser de uma vida,
Trazem-nos novos sentimentos, novas ambições,
Ventos sopram, curando toda a ferida,
Deixando a necessidade de mudança, sentida.

Ventos provocam lágrimas e sorrisos,
Trazem consigo pessoas boas e pessoas más,
Trazem dor, mas também trazem felicidade,
Trazem a incerteza que constitui a realidade,
Tudo na nossa vida o vento nos traz,
Até a capacidade de sermos felizes.

Mas com os ventos temos de saber lidar,
Para seguirmos em frente depois do temporal,
Para enfrentarmos o dia-a-dia, todo o seu mal,
Pois a vida é isto, mudança constante até ao final,
Em que temos de sorrir e, acima de tudo, lutar!

Regresso do Blog

Dia 8 de Maio decidi anunciar o fim deste blog. Foi uma decisão ponderada e que, no momento, achei ser a melhor, tanto para mim como para os leitores. No entanto, depois de vários acontecimentos de ordem pessoal (tais como os que originaram o fim do blog), repensei a decisão e cheguei à conclusão de que não deveria pôr termo ao meu sonho de escrever por motivos que tal medida não merecem.

Como alguns sabem o Noites de Utopia "nasceu" da vontade de publicar um pequeno livro por mim escrito ("Só tu podes alcançar") e quem acompanhou as postagens diárias de certeza que percebeu que tudo o que escrevi se dirigia a alguém.

Na conclusão do dito livro escrevi o seguinte:

"Custa-me dar a história por contada, porque sei que esta não tem final, nem sei se algum dia terá. Concluo com o sentimento de que não disse tudo o que poderia e deveria, um sentimento demonstrador de toda a crença que sempre depositei e deposito num “nós” que nunca foi oficialmente considerado cenário por Ela. No entanto a história continuará, longe do papel e longe das palavras que neste livro se encontram, e como sempre foi, imprevisível será."

Hoje, pouco do que neste parágrafo disse faz sentido.

: A história tem final, tanto que acabou (definitivamente);
: Disse tudo o que podia e disse mais do que devia. Mostrei a minha fraqueza (amar alguém da maneira como eu o fiz) e sofri as consequências;
: A crença que depositei no "nós" que nunca foi considerado cenário para ela também morreu. Sendo que o "nós" nunca existiu;
: A história continuou, longe das palavras do livro, mas "perto" deste blog. Grande parte dos poemas postados neste blog eram dirigidos a ela, razão pela qual os eliminei, decidindo começar do zero;
: A imprevisibilidade a que me refiro era uma miragem. A cegueira que me consumiu impediu-me de ver aquilo que pessoas à minha volta viam. Agradeço a quem me aconselhou a ponderar o que fazia e no que acreditava. Tenho pena de nunca ter dado ouvidos a esses conselhos, até ao momento em que a cegueira desapareceu.

Visto isto, "reabro" novamente o blog Noites de Utopia, que actualizarei regularmente e em que o negro da noite continuará a ser iluminado pela esperança das palavras, palavras estas que, finalmente, não serão dirigidas a pessoas que nada merecem!

O autor:
Daniel Paiva