18 de março de 2016

À mulher da minha vida #11

Hoje quero escrever-te sobre mim, sobre aquilo que sou e acima de tudo sobre aquilo em que me tornaste. Hoje quero escrever-te sobre o quanto significas, sobre o quanto te quero, sobre o quanto acredito num "nós". Hoje, mais que nos outros dias, quero escrever-te.

Sempre acreditei no amor e foi por isso que escrevi tanto ao longo dos anos. Também foi por isso que sofri, que deprimi e que este blogue acabou por nascer. Se queres que te diga, não sei quando te criei. Talvez naquele tempo em que acreditava em almas gémeas e em que acreditava que te ia encontrar inesperadamente no meio da rua, os nossos olhos se iam cruzar e pronto, daríamos conta do nosso amor.

“Naquele tempo” porque já não acredito nisso, apesar de não ter deixado de acreditar no amor. Com o passar dos anos a ideia que tinha do amor foi-se modificando, chegando então àquilo em que hoje acredito. E tu, com a tua insistência em não surgir na minha vida, és a grande responsável por essa mudança.

Antes achava que amor era silêncio, era paz, era segurança. Achava que o amor era assim, calmo, certo, sério. Era então envelhecer com alguém, ser feliz a seu lado e dar as mãos nos momentos bons e menos bons. Era compartilhar a vida.

Agora não é assim que o vejo. Amor é nunca deixar de estar apaixonado. É loucura, é vício, é sexo. Amor é desejo, é raiva, é ruído. E não é o amor que forma um casal. É o casal que forma o amor. Se é perfeito? Claro que não. Mas quem é que precisa de perfeição quando tem tudo o que o amor traz?

Bem, e sabes porque te escrevo tanto sobre o amor hoje? Porque chegou a hora de te deixar ir. Quero-te e vou continuar a querer-te, mas esta é a última carta que te escrevo. Agradeço-te por tudo e prometo-te que quando te voltar a escrever, irei iniciar essa carta com o teu nome.