21 de setembro de 2009

Procuro

Procuro alguém na noite,
Alguém que não consigo encontrar,
Choro pela sua ausência,
Sei que com ela vou continuar,
Mas continuo à procura,
Esta busca nunca irá acabar,
Por saber que vale a pena,
Por saber que a vou achar.

Se nunca a tiver sei que chorarei,
Sei que a minha vida não fará sentido,
Sei que pelo fim da dor gritarei,
Sei que me sentirei perdido,
E sei que a tristeza comigo acabará, isso eu sei.

19 de setembro de 2009

Liberdade

Voou com os braços abertos para o mundo,
Voou perseguindo sonhos, esperanças e ilusões,
Voou tentando alcançar a verdade que todos procuram,
Voou sentindo o vento que já atingiu tantos corações,
Voou, por voar, alimentado pelo sofrimento profundo.

Enfrento tempestades que me fazem balançar,
Aproximo-me da terra sem nunca nela tocar,
Luto para na minha jornada continuar,
Sei que depois da dor a felicidade vai chegar,
Sei que depois das lágrimas o sorriso me vai achar.

E se estiver condenado a apenas chorar,
Se não puder nunca sorrir como sempre quis,
Espero que possa na vida encontrar
Alguém que me possa fazer feliz.

18 de setembro de 2009

Amor?

Pedro era um rapaz como tantos outros. Não se achava especial, não por nunca lhe terem dito que o era, mas porque as pessoas que lho haviam dito não o faziam sentir aquilo que afirmavam. Mas Pedro não queria ser especial, bastava-lhe ser aquele rapaz que cumprimentava toda a gente com um sorriso, aquele rapaz que tantas vezes dava por si a rir à gargalhada, aquele rapaz que acordava todos os dias com dores mas que adormecia todos os dias com um sorriso. Pedro era feliz, ou assim ele pensava.

Com 23 anos Pedro conhecia a rapariga que viria a mudar a sua vida. Chamava-se Mariana e tinha a mesma idade. Logo na primeira vez em que olharam um para o outro Pedro percebeu que Mariana não era uma rapariga como as outras. Viu nos seus olhos aquilo que sempre procurara em alguém e a partir dessa tarde passaria a ter na sua cabeça a imagem daquela que era, para ele, a mulher mais perfeita à face da terra.

Com tempo conheceram-se. Primeiro com simples “olás”, depois com tardes passadas juntos, seguiram-se os almoços a dois e depois os jantares, até que o destino fez com que se beijassem, e assim começasse aquilo que para Pedro era um sonho tornado realidade. Nunca ele havia pensado que poderia vir a viver algo de tão perfeito como aquele namoro com a rapariga dos seus sonhos e todas as noites, antes de se deitar, fazia questão de escrever uma carta dirigida à Mariana, cartas que guardava religiosamente.

Foi então que, passados mais de cinco anos de namoro, Mariana acaba inesperadamente uma relação que Pedro tinha como eterna. De um momento para o outro Pedro vi-a o seu mundo cair-lhe aos pés sem que ele pudesse fazer nada para o manter em pé. Para ele aquilo não era apenas o final de um namoro, era o final de um projecto de vida, era o final daquilo que o tinha feito sentir como o homem mais sortudo do planeta.

Com 28 anos Mariana mostrara o seu verdadeiro eu e a cegueira de Pedro era curada. A frieza com que Mariana se dirigiu a Pedro para terminar o namoro gelou o coração ao rapaz. Mariana dissera que queria construir uma família, mas que não o queria nem podia fazer com alguém que nem sequer poderia jogar à bola com os seus filhos. Foram estas as palavras da “rapariga mais perfeita do planeta”.

Pedro era paraplégico desde os 11 anos. Os seus pais tinham morrido no acidente que lhe causara a paralisia. Ele, depois de muito tempo, conseguira ultrapassar a dor de não ter a seu lado os pais, muito graças à Mariana, que tudo fez para que Pedro conseguisse deixar de viver daquela tão má memória. Agora Pedro vi-a Mariana a deixá-lo, vi-a as recordações da morte dos pais a voltar e vi-a a sua vida a deixar de fazer sentido…

Uma semana depois de mundo lhe desabar sobre os pés, Pedro foi encontrado, já sem vida, junto à campa dos seus pais, ficando para sempre a sua história, que por causa da Mariana acabou da pior maneira, mas que também por causa da Mariana teve o melhor início que qualquer um pode sonhar.

15 de setembro de 2009

Noites sem inspiração

Noites em que o teu sorriso não me alcançou,
Noites em que lágrimas percorreram meu rosto,
Noites em que meu fustigado coração, ali posto,
Sentiu tão enorme dor e pelo seu final suplicou.

Mas a dor não impede a minha felicidade,
Nunca impediu nem nunca irá impedir,
Assim como esta dor não me irá deter
Na dura caminhada que farei a sorrir,
Porque um dia a alegria será verdade.

E se a alegria for já a minha realidade,
Nada mais posso pedir, nada mais posso querer,
Tenho mais do que mereço e menos do que sonhei,
Assim é a vida, assim ela terá sempre de ser…
E um dia, se o destino quiser, deixarei saudade.

Simplesmente

Simplesmente…
Um olhar apaixonado,
Um amor nunca acabado,
Um suave toque desejado.

Simplesmente…
Um minuto de verdade,
Um segundo de perfeição,
Um instante de felicidade,
Um momento de comoção.

Simplesmente…
Um silêncio desesperado,
Um beijo falhado,
Um abraço prolongado,
Um adeus eternizado.

Simplesmente…
Amor…

13 de setembro de 2009

Pediste

Pediste-me que te desse a lua,
E eu, mero mortal, ofereci-ta…
Pediste-me que te desse o sol,
E eu, quase sem forças, dei-to…
Pediste-me que te fizesse feliz,
E eu, perdido, não o consegui fazer.

Perguntaste-me porque não conseguia,
Perguntaste-me porque te tinha dado a lua e o sol…
Respondi-te, sem saber, sem pensar, ser querer,
Disse-te que não te podia dar o que não tinha,
Disse-te que outro alguém o conseguiria fazer,
Pedi-te perdão, ignoraste e em mim a dor plantaste,
Mas eu continuei a amar-te enquanto sofria.

E foi então que me deste uma oportunidade
Para poder tentar fazer-te sorrir,
Tentei, tanto tentei, a tentar continuarei,
Por saber que esse dia está para vir,
O dia em que dirás que me amas de verdade.

2 de setembro de 2009

Nota do autor

Depois de cerca de quinze dias em que nada se passou neste blog (graças às merecidas férias) regresso hoje às actualizações do Noites de Utopia.

No entanto só amanhã postarei um poema, sendo hoje a actualização meramente informativa.

Aproveito para anunciar a criação de mais um blog: Krómikas, um blog de humor que surge da necessidade de publicar alguns textos de género totalmente diferente daquele a que aqui dou a conhecer.

Sem mais nada a dizer, espero que continuem a visitar este meu blogue.