30 de abril de 2010

Palavras leva-as o vento

Palavras intemporais existem?
Será que amanhã alguém isto vai ler?
Palavras ao tempo resistem?
Será que amanhã alguém as vai saber?

Talvez haja palavras que durem eternamente,
Talvez algumas tenham essa força incomum,
Julgo que estas não a possuem, humildemente,
Não passam de palavras sem significado algum.

29 de abril de 2010

Esgotado

Hoje morro,
Deixo tudo para trás.
Hoje morro,
E tu hoje sorrirás.
Porque eu morro,
Mas tu nem conta darás.

Morro esgotado,
Sozinho e abandonado.
Morro cansado,
Sem sequer ser amado.
Morro acabado,
É o meu triste fado.

Mas amanhã regressarei,
Vencendo a morte fingida.
Mas amanhã ressuscitarei,
Com a minha eterna ferida.

28 de abril de 2010

Mutilações

Acabo com tudo o que me faz acreditar,
Elimino toda a esperança que antes tinha,
Deixo-me assim, perdido, sem nada,
Perco-te a ti que por segundos foste minha,
E continuo, triste e cansado, sem sonhar.

E aquilo que faz de mim alguém melhor,
Esse nada que cada vez é menor e menor,
Talvez tenha existido, mas não existe agora,
Não passa de uma visão longínqua de outrora,
Porque Tu como simples divindade que és
Fizeste-me ajoelhar abruptamente a teus pés,
De tal forma que deixei de ser aquele que era
Por te amar tanto, paixão demasiado sincera.

Mas um dia vou deixar de me castigar,
Vou parar um pouco e dar-me algum valor,
Talvez esse dia surja já tarde demais,
Mas não me importa, sofro em nome do amor,
Sofrimento nobre que sempre me fará chorar.

27 de abril de 2010

Um beijo

Apenas um toque,
Muito mais que um olhar,
Uma simples sensação,
A imensidão de amar.

Tudo num mero beijo
Que tanto se sente,
Fruto de tamanho desejo,
Sonho que não mente.

É um beijo que não prevejo,
Um simples e utópico beijo.

26 de abril de 2010

Carta a um amor secreto n.15

Gostava que esta fosse apenas mais carta, mais uma a juntar às tantas que te escrevi, mais uma em que te elevo a divindade e me faço passar por mero terrestre insignificante. Sim, porque é isso que eu teimo em fazer. Teimo em fazer de ti a melhor pessoa do mundo, a mais especial, a mais perfeita; e, simultaneamente, faço de mim o mais reles de todos os seres. E não digo que não o seja, assim como não digo que tu não és aquilo que eu insisto em escrever que és. No entanto há verdades que não existem para ser reveladas e sobretudo, há verdades que não existem para nos apercebermos delas.
E uma dessas verdades, uma daquelas que não existe para nos apercebermos dela, é que eu posso ser feliz ao teu lado, assim como posso ser feliz ao lado seja de quem for. E não, isto não deita por terra todas as palavras que te dirigi, porque mesmo sendo eu feliz ao lado de alguém que não tu, ninguém te poderá nunca tirar a importância e unicidade que representas hoje. E é pelo que representas hoje, por tudo aquilo que te tornou diferente, que vou continuar a escrever-te e, invariavelmente, vou continuar a fazer de mim alguém que não te merece, alguém que nada de ti pode esperar.

25 de abril de 2010

Relógios

Conto os minutos para te ver,
Anseio desesperadamente pela tua presença,
Queria tanto fazer os minutos correr,
Mas esperar é a minha sentença.

E eu espero sem nunca desistir,
Sonhando com o cruzar dos nossos olhares,
Acreditando que posso a teu lado estar,
Acreditando que me amas sem amares.

Mas o tempo alimenta a esperança,
Não me deixando parar de te querer,
E cada palavra a paixão relança,
A paixão que apenas me faz sofrer.

24 de abril de 2010

Vida

"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente."
Søren Kierkegaard

23 de abril de 2010

O melhor de ti

Sonhei-te como alguém perfeito,
Vi-te como uma divindade,
Ao pé de ti ficava assim sem jeito,
Eras a minha única verdade.

Hoje abri os olhos e finalmente percebi,
Não eras tu que eu estava a ver,
Estava a tentar ver o melhor de ti
Mas não vi-a nada que pudesses ser.

Agora restam-me insignificantes poesias,
Palavras que escrevi enquanto acreditava,
Palavras que hoje não passam de utopias
Em que eu, inocente, julguei que te amava.

22 de abril de 2010

Fora de mim

Perdido
Sem saber quem sou,
Esquecido
Magoado por quem me deixou,
Ferido
Sabendo que tudo acabou.

Assim termina a dor
Assim terminam os sorrisos
Assim termina o amor.

E folhas ardem
Destruindo tanta poesia,
E folhas ardem
Destruindo a utopia.

Mas um dia tudo vai voltar,
Um dia, talvez um dia.

19 de abril de 2010

Carta a um amor secreto n.14

Tanto para dizer, tantas emoções, tantos sentimentos, tantas verdades. Gostava de ser capaz de revelar tudo através disto, de conseguir colocar em palavras tudo o que me consome, de me conseguir libertar deste aperto no peito que teima em não desaparecer. Mas as palavras não são solução para todos os meus males, embora o sejam para grande parte deles, e eu sei, melhor que ninguém, que grande parte das palavras que escrevo não deveria escrever, porque isto, os textos, as cartas e os poemas, são apenas uma forma de atenuar a mágoa que sinto em não ser capaz de te demonstrar tudo sem rodeios.
No entanto continuo a dizer tudo sem utilizar a voz, sem estar sujeito ao desabar do sonho que tu poderias provocar, sem sequer saber o que pensas disto, se é que sabes que isto existe. É a minha forma de fugir à realidade e alimentar a utopia e é a minha forma de te eternizar como uma história inacabada, porque neste caso nenhum final poderá ser melhor que aquilo que hoje tenho: liberdade para sonhar contigo, para me imaginar a teu lado e para mostrar ao mundo o quão especial és. E isso, mais do que qualquer outra coisa no mundo, é aquilo que me faz adormecer com um sorriso…leve e triste, mas um sorriso.

18 de abril de 2010

Perturbações

Deito-me e tento dormir, mas não consigo,
Levanto-me e escrevo, irreflectidamente,
Acabo a passar assim a noite, acordado,
Enquanto as lágrimas escorrem continuamente
Ao recordar todo o pouco que passei contigo.

E sei que amanhã o mesmo me vai acontecer,
Sei que vou fechar os olhos e ver-te sorrir,
E sei que com essa imagem não vou adormecer,
Sei tudo o que nesse momento vou sentir.

E vou levantar-me e escrever-te mais um poema,
Perturbado pela imensidão deste sentimento,
Perturbado por todo este eterno sofrimento,
E vou revelar-te ou não? Doloroso dilema.

16 de abril de 2010

Prevenção

Hoje deixo-vos uma campanha que apela ao uso de cinto de segurança. Espero que gostem.

15 de abril de 2010

Sentimentos

Caminho por entre uma rua deserta,
Nada espero ver, nada espero encontrar,
Caminho sem destino nem esperança,
Queria-te neste meu mundo, queria-te olhar,
E vejo-te inesperadamente…a paixão desperta.

Eu que pensava que não passavas de uma memória,
Que julgava ter esquecido tudo o que por ti sentia,
Sou abalado pelo retornar de todos os sentimentos,
Recordando todas as vezes em que para ti escrevia
E relembrando com saudade toda a nossa história.

E agora percebo que estou condenado a sonhar contigo,
Estou destinado a querer ter-te a meu lado sem te ter,
E estas palavras, sem significado, estou destinado a escrever,
Mesmo que não as leias, mesmo que não as queiras ler,
É o meu fatal e cruel destino, meu merecido castigo.

14 de abril de 2010

Escuridão

A noite apodera-se do meu ser,
Fico perdido sem nada saber,
Tento libertar-me mas estou acorrentado,
Tento lutar mas sinto-me esgotado.

E caio aos pés deste destino cruel,
Eu que sempre à dor fui fiel,
Por mim mesmo sou engolido,
Não sendo nada do que podia ter sido.

É a escuridão em que sempre sofri,
Aquela em que tantas emoções senti,
São as palavras que até hoje escrevi,
Aquelas que te dirijo, sim…a ti…

E é a felicidade que para sempre perdi…

12 de abril de 2010

Carta a um amor n.13

Acordo a meio da noite. Estou triste, abatido e cansado, mas não sei o porquê. Quando me deitei estava bem, quer dizer, “bem” para mim nunca é mesmo “bem”, mas quando me deitei há algumas horas atrás não estava assim. Quero adormecer outra vez, quero tanto. Quero sonhar, alimentar as minhas utopias com a impossibilidade que todas as noites imagino…quero sorrir. Mas o sono não regressa e eu continuo acordado, mergulhado nisto, nestas palavras que não consigo parar de escrever, nestas palavras que são como punhais afiados que me entram pelo peito, nestas palavras que escrevo contigo no pensamento.
E eu queria não te desejar, se queria. Queria agora estar a dormir, sem preocupações, sem esperanças infundadas, sem o “nada” que não tenho. Mas não consigo. Por mais que tente evitar dou por mim a fechar os olhos e a ver o teu sorriso, o teu olhar, a tua perfeição. Percebo finalmente aquilo que sempre me faltou. Tu. Mas não te tenho, nem hoje nem amanhã terei. E dói tanto saber isso. Dói tanto ver-te sabendo que isto, todas as minhas palavras, não chegam a ti. Dói tanto saber que um dia mais tarde vais esquecer que existo. É que nesse dia tudo o que escrevo deixará de fazer sentido, se é que neste momento tem algum. Nesse dia vou querer odiar-te e vou dar por mim a amar-te ainda mais. Nesse dia vou adormecer, mas hoje, hoje não.

11 de abril de 2010

Era uma vez

Um sorriso que mudou um mundo,
Um olhar que nunca poderá ter igual,
Alguém que quase tive por um segundo,
Alguém tão perfeito, tão irreal,
Conquistou-me, foi algo tão profundo,
Cheguei a crer que era ela a “tal”.

Mas apenas mais uma utopia seria,
Nada mais que algo inatingível,
No entanto a esperança crescia,
O sonho que era mais que impossível.

Mas um dia o sonho teve de acabar
E o meu mundo conheceu a realidade,
Mas mesmo sabendo que esse dia ia chegar
Não consegui tudo recordar sem saudade,
Continuando ingenuamente a acreditar
Que um dia mais tarde ela me vai olhar
E vai dizer: “Ele sim, amou-me de verdade!”.

10 de abril de 2010

Sedento

E a raiva ergue-se sobre todo o sentimento
Consome tudo, apaga as poucas memórias,
Destrói os sonhos que criaram as histórias
E marca um destino cruel: o sofrimento.

E apenas um inconcebível desejo permanece,
Uma sede de vingança que aos poucos mata,
Nada mais é lembrado, nada mais resta,
Só aquela essência que o torna psicopata,
É consequência da dor que ele não esquece.

E o momento da vingança que se aproxima
Será o momento em que aquela vida termina,
O instante em que a raiva vai ser libertada
E aquela alma irá partir como chegou, sem nada.

9 de abril de 2010

Fim


"Quando a música acaba, apaguem as luzes." Adolf Hitler, antes de cometer suicídio em 1945.

8 de abril de 2010

Folhas queimadas

Mergulhado em noites de incerteza,
Consumido pela força do que sentia,
Sem saber se estava certo o que fazia,
Desconhecendo se era aquilo que queria,
Cada vez mais corroído pela tristeza,
Atrás de falsas barreiras me escondia,
Tendo receio que acontecesse o que temia,
Sabendo que um dia ela me descobriria,
E que fosse assim exposta a minha fraqueza.

Em simples palavras lhe tentava mostrar
O tanto que ela para mim significava,
Escrevendo-lhe poesias desconcertadas
O meu amor transparecia, nisso acreditava,
Mas eram meras folhas queimadas
Que acabaram por nada lhe revelar…
E assim ela ficou…sem saber que a amava…

7 de abril de 2010

Criações

Por mais que escreva sobre o amor tenho plena noção que nunca, em tempo algum, vou entender o que ele é verdadeiramente, pelo contrário, quanto mais escrever, quanto mais reflectir, menos saberei sobre este sentimento. No entanto não será isto que me irá impedir de continuar à procura de uma resposta, à procura de uma certeza neste sentimento repleto de dúvidas. Hoje, passados tantos anos a libertar emoções e dores, concluí que nada sei. Não sei do que falo, não sei o que é sofrer nem sei o que é ser feliz e, acima de tudo, não sei o que é amar. Porque por mim já passaram tantas sensações e tantas pessoas que pensei amar, mas a verdade é que de todas essas pessoas nunca conheci nenhuma delas. Nunca conheci o que elas eram, nunca consegui separar a minha idealização de rapariga perfeita da realidade que tinha perante mim, talvez porque a minha idealização não passa de um embuste, algo que apenas me obriga a continuar a procurar, sem parar, por alguém que seja completamente diferente, alguém que me faça sentir algo que não existe, alguém que nunca irei encontrar.
Talvez tenha que ser assim, talvez tenha que criar essa pessoa apenas para mim, apenas para continuar a escrever todas as noites, apenas para continuar a revelar sentimentos que não entendo, apenas para continuar a sorrir, quando afinal, nem isso sei o que é.

6 de abril de 2010

Um mundo diferente

Queria viver noutro lugar, não aqui,
Conhecer outro mundo, talvez melhor,
Queria esquecer o que este me deu,
Apagar de mim toda e qualquer dor,
Queria apagar tudo, apagar-te a ti.

Mas este mundo alimenta a utopia,
Faz-me acreditar que tudo é possível,
Faz-me continuar a sonhar contigo,
Mente-me e não te mostra inacessível,
E eu minto-me através disto, poesia.

Mas um dia este mundo vai acabar,
Vai dar lugar a um mundo diferente,
Eu continuarei a ser eu, mero demente,
Alguém que nunca conseguiu amar,
Um simples rapaz que é o que sente,
Uma confusão que qualquer um pressente
Um simples rapaz destinado a chorar.

5 de abril de 2010

Falsas memórias

São as noites em que te custa adormecer,
São as lágrimas que não consegues conter,
São os sorrisos que acabam por morrer.

E são aqueles carinhos pelos quais padeces,
E são aqueles sonhos que sempre tiveste,
E são aqueles olhares que nem conheces.

Recordações daquele que nem sequer existiu,
Recordações daquele que teu coração pediu,
Recordações daquele que nunca te sorriu,
Recordações daquilo que teu coração sentiu.

São falsas memórias que disso podem passar,
São falsas memórias que um dia reais se vão tornar,
São falsas memórias daquela que quis amar.

3 de abril de 2010

Carta a um amor secreto n.12

Um dia, mais tarde ou mais cedo, por mais que tente adiar, vou deixar de ser aquilo que sou. E não sei se nessa altura, quando esse momento chegar, isso será bom para mim. Não sei se essa mudança não me vai mergulhar ainda mais na dor e no sofrimento que hoje enfrento. Mas sei, tenho completa certeza, que o que sou neste momento é o melhor de mim e que te devo isso. Porque foste tu a responsável por eu ter deixado de ser quem era, por ter voltado as costas ao “eu” que me tinha consumido ao longo dos anos, por ter finalmente conseguido olhar para a vida e sorrir.
Mas no dia em que mudar outra vez, nesse dia terei de te culpar. Mesmo sabendo que não tens culpa nenhuma, mesmo sabendo que nunca fizeste sequer nada que me fizesse mudar e mesmo assim, mesmo sem querer, conseguiste fazê-lo. Nesse dia vou querer odiar-te, desprezar-te, esquecer-te. Vou querer desejar que não tivesses aparecido na minha vida. Vou querer deixar de sentir por ti o que hoje sinto. No entanto nada disso vai acontecer. Vou continuar a amar-te, venerar-te, procurar-te. Vou continuar a tremer de cada vez que sinto a tua presença. Vou continuar a adormecer a pensar na tua perfeição, no teu sorriso, no teu olhar. Porque tu serás sempre aquela que me inspira, aquela que sem querer nem saber me mudou a vida, aquela que estou destinado a não ter do meu lado.

2 de abril de 2010

Sentimentos


"Acho que os sentimentos se perdem nas palavras. Todos deveriam ser transformados em acções, em acções que tragam resultados." Florence Nightingale

1 de abril de 2010

A dor... A felicidade...

A dor acaba
A dor regressa
A dor deixa-me assim
A felicidade desaba
A felicidade recomeça
A felicidade chega ao fim
E a dor volta novamente
E a dor revolta-se contra mim
E a felicidade não se sente
E a felicidade mostra-se ruim
Mas a dor é constante
Não me deixa sequer sorrir
Mas a felicidade é electrizante
E sempre se irá repetir.