Por muito que os
dias passem a minha alma esmorece na fraqueza maior de me sentir incapaz de
continuar a viver sem a tua presença a meu lado. As horas, essas que contigo
passavam tão velozmente, parecem agora ser coordenadas por um conta-gotas
demasiado lento para o sofrimento em que sufoco a todo o instante.
Tenho saudades, tantas saudades,
daquelas noites em que adormecias nos meus braços e acordavas com os meus
beijos suaves na tua face. Tenho saudades daquele teu olhar que tanto revelava,
do teu sorriso e do teu silêncio. Tenho saudades tuas…
E têm-se sucedido sem que me dê
conta os momentos em que é tanta a minha vontade de partir para junto de ti que
dou por mim à beira do meu próprio fim. Ainda hoje, antes de escrever estas
palavras e sem fazer ideia de como tal foi acontecer, me encontrei em cima de
uma banco com uma corda entrelaçada no pescoço pronta a sugar este ar que
respiro sem querer. A única razão para não completar aquele ritual tão merecido
foi o relembrar das tuas palavras, das tuas últimas palavras: “Aconteça o que
acontecer, sê feliz!”. Se soubesse o que sei hoje nunca teria prometido
obedecer a tão disparatado pedido.
Continuo a acordar com a sensação
que me sussurras ao ouvido que me amas, como tantas vezes fizeste. Quero
acreditar que és mesmo tu, que através do sítio onde me esperas estás a
comunicar comigo e a mostrar-me que mesmo sem ti, não estou sozinho. E eu
respondo-te, respondo-te sempre. Com o rosto encharcado em lágrimas e o corpo
em suor, sussurro-te, não, talvez te grite, o quanto te amo e as saudades que
sinto. Pergunto-te o «porquê» de não estares mesmo ali e acabo a suplicar aos
céus que me justifiquem a tua ida. Nunca ninguém se dignou a responder-me.
Deixo-te agora, com a promessa de
que se não te escrever amanhã é porque me encaminho, sorridente e feliz como
era antes de partires, para junto de ti.
Amo-te minha querida