9 de junho de 2015

A morte que não nos separa

Por muito que os dias passem a minha alma esmorece na fraqueza maior de me sentir incapaz de continuar a viver sem a tua presença a meu lado. As horas, essas que contigo passavam tão velozmente, parecem agora ser coordenadas por um conta-gotas demasiado lento para o sofrimento em que sufoco a todo o instante.

Tenho saudades, tantas saudades, daquelas noites em que adormecias nos meus braços e acordavas com os meus beijos suaves na tua face. Tenho saudades daquele teu olhar que tanto revelava, do teu sorriso e do teu silêncio. Tenho saudades tuas…

E têm-se sucedido sem que me dê conta os momentos em que é tanta a minha vontade de partir para junto de ti que dou por mim à beira do meu próprio fim. Ainda hoje, antes de escrever estas palavras e sem fazer ideia de como tal foi acontecer, me encontrei em cima de uma banco com uma corda entrelaçada no pescoço pronta a sugar este ar que respiro sem querer. A única razão para não completar aquele ritual tão merecido foi o relembrar das tuas palavras, das tuas últimas palavras: “Aconteça o que acontecer, sê feliz!”. Se soubesse o que sei hoje nunca teria prometido obedecer a tão disparatado pedido.

Continuo a acordar com a sensação que me sussurras ao ouvido que me amas, como tantas vezes fizeste. Quero acreditar que és mesmo tu, que através do sítio onde me esperas estás a comunicar comigo e a mostrar-me que mesmo sem ti, não estou sozinho. E eu respondo-te, respondo-te sempre. Com o rosto encharcado em lágrimas e o corpo em suor, sussurro-te, não, talvez te grite, o quanto te amo e as saudades que sinto. Pergunto-te o «porquê» de não estares mesmo ali e acabo a suplicar aos céus que me justifiquem a tua ida. Nunca ninguém se dignou a responder-me.

Deixo-te agora, com a promessa de que se não te escrever amanhã é porque me encaminho, sorridente e feliz como era antes de partires, para junto de ti.


Amo-te minha querida

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