31 de janeiro de 2010

Carta a um amor secreto n.4

Quis chorar, tanto eu quis. Quis libertar todas as minhas dores e remorsos de uma só vez. Quis esquecer tudo o que tinha acontecido. Quis virar as costas e seguir em frente, sem sequer olhar para trás. Mas não consegui. Tal como não consegui parar de olhar para ti, tal como não consegui deixar de adormecer a pensar em ti, tal como não consegui esquecer o que sentia e fazer com que tu deixasses de fazer parte do meu mundo. E depois de tantas tentativas, depois de tantas noites em que me mentalizei que iria deixar de sonhar, consegui, por momentos, acreditar que finalmente te iria ultrapassar. Mera ilusão. Foi então que entendi que precisava de ti, mesmo que longe, para continuar a viver… Tu eras o meu mundo.

E quando finalmente me apercebi disto pensei, mergulhei-me em reflexões, e tentei perceber se te tinha mostrado o que sentia. Tentei perceber se tudo o que tinha feito te tinha mostrado o quão especial eras. Tentei perceber se tudo o que tinha feito significava algo para ti. Mas nada concluí, excepto que tu eras diferente de todas as outras raparigas, excepto que tu eras a primeira rapariga que eu, por mais que me esforçasse, não compreendia. Eras aquela que eu tinha procurado e que nunca tinha encontrado. Eras aquela que, lutasse eu o que lutasse, nunca teria nos braços. Eras aquela…

30 de janeiro de 2010

Porque choras?

Tens medo de amar
Tens medo de ser amada
Tens medo de magoar
Tens medo de ser abandonada
Tens medo de abraçar
Tens medo de estar apaixonada
Tens medo de chorar
Tens medo de ficar sem nada.

Medo que te impede de viver
Medo que só te faz sofrer
Medo que tens que perder.

Afinal porque choras
Quando só queres sorrir?
Afinal porque imploras
Que eu te deixe partir?

29 de janeiro de 2010

Feitiço

Enfeitiçado por um sorriso, por um olhar,
Pela doçura dos seus lábios, pelo seu falar,
Enfeitiçado desde o primeiro momento, sem querer,
Por toda a sua beleza, por todo o seu ser.

Maldito feitiço que o amor me lançou,
Destinou-me a amar e a não ser amado,
Fez com que meu coração sofresse,
Levou-me a sentir sozinho, abandonado,
Apenas tristeza e mágoa ele me mostrou.

Mas bendito seja esse feitiço de dor,
Que me destinou a chorar sem parar,
Que fez com que mergulhasse em sonhos,
Trouxe-me a infelicidade mas fez-me acreditar
Que não são precisas duas pessoas para existir amor.

Amor: um defeito e uma virtude

O amor tem um grande defeito: é difícil, quiçá impossível, de disfarçar. E por mais que tentemos manter esse sentimento como apenas nosso acabamos por o revelar num olhar, num sorriso, na forma como usamos as palavras, na maneira como mudamos quando temos a pessoa amada por perto. Coisas tão simples que fogem ao nosso controlo, coisas tão simples que tantas vezes nos desmascaram.

Tal como me disseram uma vez: quando amamos é como se tivéssemos um íman, que mais tarde ou mais cedo vai atrair para nós as atenções daqueles que temos à volta e, consequentemente, nos leva a admitir qual o “objecto” do nosso amor.

Mas o amor também tem uma grande virtude: faz-nos ser felizes. A verdade é que o amor nos faz tão felizes que nos torna irracionais, e isso devolve-nos aquilo que cada vez mais mostramos menos: a nossa humanidade. É que quando somos irracionais, quando fazemos as coisas sem sequer pensar nas consequências, somos nós mesmos. Somos nós enquanto seres únicos e independentes; somos nós sem sermos condicionados por ninguém; somos simplesmente aquilo que somos. E é aqui, depois de tudo isto, que surge o mais puro romantismo. Aquele que não se vê em filmes nem se lê em livros. Aquele romantismo que nos faz apaixonar, verdadeiramente.

27 de janeiro de 2010

Na escuridão



"Sem a escuridão, a luz não só seria irreconhecível, como não poderia existir." Franz Bardon

26 de janeiro de 2010

Vou estar aqui

Quando chorares e deixares de acreditar,
Quando te revoltares e quiseres desaparecer,
Quando desesperares e desistires de sorrir,
Quando gritares e estiveres a sofrer,
Quando parares e te fartares de lutar…
Eu vou estar aqui, perto de ti.

Quando te magoarem,
Quando te mentirem,
Quando te enganarem,
Quando te ferirem…
Eu vou estar aqui, perto de ti.

E quando me esqueceres,
E quando me fizeres chorar,
E quando me perderes,
E quando me deixares de amar…
Eu vou estar aqui, sempre por ti.

25 de janeiro de 2010

És aquela

És aquela dos meus poemas
Aquela que enfrenta tamanhos dilemas
Aquela que vive mergulhada em problemas.

És aquela que quer ser amada
Aquela que não se deixa amar
Aquela que quer ser desejada
És aquela que não quer magoar.

Mas és aquela que chora constantemente,
Aquela que sorri quando está a sofrer,
Aquela que por um olhar transparece tudo,
Aquela que luta todos os dias por sobreviver…
Mas és aquela que eu quero, apaixonadamente.

24 de janeiro de 2010

Be That Woman


"Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas." Séneca

23 de janeiro de 2010

Carta a um amor secreto n.3

Passei toda a minha vida a esconder os meus sentimentos, os meus medos e os meus sonhos. Achava que tinha de ser assim. Achava que se mostrasse quem realmente era seria engolido pelo mundo. E talvez tivesse razão. O mundo em que vivo não está preparado para palavras sinceras constantes, não está preparado para realismo nem para verdade. Mas com a máscara que criei para mim, a máscara com que escondi todas as características que fazem de mim diferente, tornei-me vulgar. Tornei-me em mais um, em vez de me tornar num a mais. Sufoquei tudo o que tinha de puro, tudo o que valia a pena.
Até que tu apareceste. É incrível como uma pessoa pode ser tão importante, tão determinante e provocar tanta mudança, sem sequer se aperceber. Foi o que aconteceu contigo. Não precisaste de me dizer uma palavra nem de me lançar um olhar, não era preciso. Bastou o teu sorriso e tudo mudou. O mundo que conhecia deixou de fazer sentido e as poucas certezas que tinha deixaram de o ser. Apercebi-me que só estava a contribuir para a minha deterioração. Apercebi-me que a vida era bem mais do que aquilo que eu pensava.
 E agora estou sozinho, perdido no sonho que não passa disso mesmo, preso à utopia que tu representas. E estou esquecido, se é que alguma vez fui lembrado. Mas sabes, estou feliz. Feliz por ter mudado, por ter crescido, por ter lutado…feliz por te ter conhecido.


22 de janeiro de 2010

Esperando

Deitado, mergulhado na escuridão,
Anseio pela tua chegada junto a mim,
Queria poder ter-te aqui, tanto eu queria,
Mostrar-te tudo o que sinto, assim,
Revelar-te tão grandiosa paixão.

Mas não tenho nem nunca terei,
Sei disso, mas continuarei a sonhar,
E um dia vais sorrir e eu sorrirei,
E dir-me-ás obrigado por te amar.

21 de janeiro de 2010

Adeus


"Cada lágrima ensina-nos uma verdade." Ugo Foscolo

20 de janeiro de 2010

É assim o amor

O amor é, sempre foi e sempre será um sentimento indescritível. No entanto não será por saber que não há uma definição certa que as pessoas a deixarão de procurar. E afinal o amor é isso, é o não saber, é a dúvida, é a vontade de descrever um sentimento que por ser tanto não pode ser traduzido em palavras, textos, nem poemas. Para mim o amor é um olhar, um sorriso, um “olá”, um nada que significa tudo, uma contradição obrigatória.

Mas existem também as paixões. Uns dizem que são uma ampliação do amor, que são um sentimento passageiro, que são como uma doença que nos corrói. Para mim a paixão é um complemento do amor. Não consigo imaginar um amor verdadeiro sem paixão, sem palavras de ternura, sem atitudes inesperadas, sem mimos, sem gestos que mostrem o quão especial é a pessoa que temos ao lado. Não consigo também imaginar um amor verdadeiro sem dores, sem dúvidas e sem imperfeições. É assim o amor.

19 de janeiro de 2010

Morre

Morre sentimento
Que não mais quero sentir
Morre sentimento
Limita-te a partir
Morre sentimento
E permite-me sorrir.

Sentimento de dor
Sentimento de paixão
Sentimento de amor
Sentimento de ilusão.

Disso não passas
Nem nunca passarás
Disso não passas
Mas comigo sempre estarás.

18 de janeiro de 2010

Paixões assolapadas

Pensei ter sonhado mas não sonhei,
Era a realidade que tinha perante mim,
Pensei ter gritado mas não gritei,
Era o som da dor que marcava o fim,
Pensei ter-te beijado e beijei,
Era o beijo que dizia que não e que sim.

E julguei ter-te a meu lado por momentos,
E acreditei que em ti tinha despertado emoções,
E achei que partilhávamos sentimentos,
E errei ao fazer tão falsas e irreais deduções.

Confuso com o tudo que de nada passou,
Perdido na utopia que naquela noite acabou,
Sozinho na mágoa que em mim ficou,
É assim, sem saber, que hoje estou.

Entendo o porquê de lágrimas choradas,
Luto para que estas parem de escorrer,
Queria acreditar em paixões assolapadas,
Mas não acredito que te irei esquecer.

17 de janeiro de 2010

Escuridão


"Até que o sol brilhe, acendamos uma vela na escuridão." Confúcio

15 de janeiro de 2010

Carta a um amor Secreto n.2

Apareceste na minha vida e de repente viraste tudo do avesso. Tudo aquilo em que acreditava, tudo aquilo que tinha como certo, deixou de o ser, pelo simples facto de tu estares ali, diante mim, a sorrir. E nem sorrias para mim. Sorrias por sorrir. Sorrias por seres como és. E eu, feito tolo, fiz com que aquele teu sorriso me mudasse a vida. Fiz com que todas as minhas acções, todos os meus gestos, todas as minhas palavras, fossem condicionadas por aquele teu sorriso perfeito, aquele sorriso que nem nunca pensaste em dirigir-me.
Terei errado? Por ter visto em ti tudo o que procurava, por ter visto em ti tudo o que precisava, por ter visto em ti tudo? Tu és esse tudo, nunca duvidei disso. És a rapariga dos contos de fadas que só existe em filmes e em livros de encantar. És a princesa abandonada que precisa de ser confortada. És o sonho tornado realidade. Mas não és, nem nunca serás, a minha realidade. E não me recrimino por isso. Sei que serás a realidade de alguém, e sei que esse alguém será o teu sonho tornado realidade, porque tu o mereces, mais que ninguém.
E um dia, quando passar a teu lado e tu nem sequer me reconheceres, eu sei que poderei contemplar o teu sorriso e isso ser-me-á suficiente para continuar a acreditar na perfeição e, acima de tudo, ser-me-á suficiente para conseguir continuar a acreditar no amor.

13 de janeiro de 2010

Caixa de segredos

Sentimento, tanto sentimento,
Tanta dor, tanto momento,
Esquecimento, tanto esquecimento,
Tanta lágrima, tanto sofrimento.

São recordações, segredos apenas meus,
São dias sem esperança, sem vontade de lutar,
São desejos, sonhos que por não serem os teus
Não me deixam seguir em frente…e amar.

Numa caixa tenho tudo guardado,
Uma caixa cheia de utopias e realidades,
Uma caixa cheia de tudo menos de verdades,
Uma caixa preenchida por ansiedades…
Uma caixa construída por quem não é amado.

12 de janeiro de 2010

Sem saber*

Acordo sem saber o que me passa pela cabeça
Sem saber se devo sorrir, chorar ou voltar a adormecer,
Às vezes queria isso, adormecer, não acordar mais,
Evitava tanta dor, tanto sofrimento, tantas coisas más,
Evitava também alegrias, é certo, mas para quê ser feliz?

Para quê ser feliz quando não tenho o que mais quero?
Para quê ser feliz quando na realidade sinto o mundo a desabar?
Para quê ser feliz quando a verdade é que mereço sofrer?

Questiono o mundo em que vivo, tudo o que vejo, tudo o que sinto,
Não sei já o que é real e o que não passa de um mero pesadelo,
Se tudo fosse pesadelo queria acordar, quer dizer, quereria?
Nada sei, nunca soube, nem sequer quero saber…para quê?
Deixar o mundo que tenho e esperar por felicidade? Felicidade pura?
Eu sei que é ilusão, mas tudo na minha vida o é…sempre o foi.

*Primeiro poema que escrevo sem rimas. Afinal, poesia não se trata de rimar.

11 de janeiro de 2010

Os amados

Há pessoas que nascem para ser amadas. Para quem amor não é um sentimento recíproco, mas sim um sentimento que os outros sentem e que essas pessoas apenas contemplam. Conheço pessoas assim. Pessoas para quem não interessa quem têm ao lado, desde que essa pessoa sinta amor. E afinal, quem de nós não quer ser amado? Quem de nós não quer deixar de ser um pouco do mundo e passar a ser o mundo de alguém? No entanto não é essa a questão. É que gostarem de nós é fácil, nem sequer é preciso fazermos nada. Basta sermos aquilo somos, sem medos e receios, e alguém irá gostar de nós, quiçá amar-nos. O mais difícil é amar. Amar é que é o sentimento que coloca qualquer um à prova.

Mas as pessoas de que falo, as que foram feitas para serem amadas, são felizes. Talvez até sejam mais felizes do que eu, do que tantos outros que amam e sofrem por amar. É que para essas pessoas não chega o amor de um, nem de dois. Essas pessoas têm que ter a certeza que se deixarem de ser amadas aqui, podem pegar nas suas coisas e irem ser amadas ali. E se deixarem de ser amadas ali têm outro alguém que as ame, seja onde for.

E sabem uma coisa? Estas pessoas são as responsáveis pela felicidade de muitos, são as responsáveis pelos poemas, pelas cartas e pelos textos, são as responsáveis pelas histórias de encantar e pelos filmes com finais felizes. São as responsáveis pela sinceridade, pela paixão e pelo amor. Mas são também as maiores responsáveis pela dor de corações destroçados pela realidade.

10 de janeiro de 2010

Sofrimento


"Da felicidade ao sofrimento é somente um passo; do sofrimento para a felicidade parece demorar uma eternidade." Provérbio Judaico

7 de janeiro de 2010

Amar em silêncio

Guardo em mim cada toque, cada beijo, cada olhar,
Sensações demasiado reais que nunca perderei,
Guardo em mim cada sorriso, cada momento,
Guardo em mim todo este enorme sentimento,
Algo com que para sempre viverei, eu sei…
Guardo em mim cada recordação de te amar.

E continuo a amar-te neste silêncio que me sufoca,
Escondendo todo este meu desejo constantemente,
E continuo a querer-te aqui a meu lado,
Sei que é algo que quererei eternamente…
E continuo a acreditar que o teu coração me evoca.

Mas estou perdido, abandonado, sozinho, assim…
Vivendo no sonho de te poder ter novamente
Para te mostrar tudo o que sinto, apaixonadamente…
Mas se tu quiseres isto pode ser o início…e não o fim.

6 de janeiro de 2010

A Really Touching Short


Os amantes

Há pessoas que nascem para amar, pessoas que se dedicam de tal forma ao amor que constroem a sua felicidade em torno de sonhos utópicos, pessoas que mesmo sofrendo por amor não abdicariam dessa dor por nada deste mundo, por saberem que o simples facto de amarem as torna melhores, mais sinceras, mais verdadeiras. Essas pessoas quando amam fazem-no de alma e coração, sentem o que transparecem e transparecem o que sentem. E quando amam não têm vergonha de o revelar, não têm vergonha de dar as mãos no meio da rua, não têm vergonha de abraçar, beijar, acariciar…não têm medo de amar. Porque tal como se diz “o amor é cego”, cego de preconceitos, de estereótipos, de vergonhas e mentiras.

O amor é um bem tão precioso que tem que ser revelado, e estas pessoas sabem isso. Sabem que se amam têm de declarar o seu amor, mesmo que não sejam amadas. E afinal o que é que isso importa? O amor não tem de ser correspondido para ser amor. E é por saberem isto que essas pessoas quando amam o traduzem das maneiras mais sinceras, sem medo de serem gozadas e sem medo de consequências. E é por isso que essas pessoas adormecem todos os dias com um sorriso, imaginando quem amam a seu lado. E é por isso que essas pessoas acordam todos os dias na ânsia de ver quem amam, mesmo que esse alguém nem sequer saiba da sua existência. E é por isso, por saberem o que é o amor, que essas pessoas são felizes…à sua maneira.

5 de janeiro de 2010

Solidão


"É-nos possível estar sozinhos, desde que seja à espera de alguém." Gilbert Cesbron

Carta a um amor Secreto n.1

Hoje sonhei contigo. Sonhei que tinha coragem para me aproximar de ti, sonhei que tinha força para lutar contra tudo o que nos afasta, sonhei que éramos felizes. Mas sabes, nem mesmo durante o sonho, durante aqueles momentos em que devia estar a ser conduzido pelo meu inconsciente, consegui acreditar que tudo aquilo era real. E em cada beijo que te dei uma lágrima escorreu-me pela face, tanto no sonho como na realidade. Era essa lágrima o único fragmento que podia existir simultaneamente naqueles dois mundos.
Mas se há coisa que eu amo nesta vida são esses sonhos. Sonhos utópicos, sonhos irreais. Sonhos que me fazem acordar com um sorriso mesmo sabendo que esse sorriso não tem razão de ser. É que ao acordar destruo o mundo perfeito que tenho quando sonho…e qual é a felicidade de acabar com a perfeição? Não deveria ser nenhuma, eu sei. Mas aquele sorriso quando acordo é um sorriso que transmite tanta coisa que não me posso livrar dele. É um sorriso de esperança, de fé, de dor, de paixão, de amor, de alegria, de tristeza, de saudade, de realismo…é só um sorriso, mas é tudo…tudo tal como tu és, mesmo que não o sejas aqui a meu lado, mesmo que não o sejas sequer perto de mim.
E sabes, amanhã vou voltar a sonhar contigo, e depois de amanhã, e depois de depois de amanhã. E vou voltar a acordar com aquele sorriso. E depois, quando a noite chegar vou voltar a escrever-te, mesmo sabendo que tu nunca lerás as minhas cartas.
Afinal, tu nem sequer existes…és apenas uma miragem no meu mundo de imperfeições.


4 de janeiro de 2010

Finjo

Todo eu sou fingimento,
Todo eu o tenho de ser,
Todo eu sou sentimento,
Todo eu sou sofrer.

Sofrer de mero fingido,
De homem que não sente o que é,
Sou um mísero incompreendido
Que transforma tudo o que é sentido
Em algo que traduza fé,
Quando na realidade está perdido.

Perdido num mundo de fingimento
Onde de fingimento ele é senhor,
Perdido em tanto sentimento
Que apenas consegue sentir dor.

2 de janeiro de 2010

Murmúrios no vazio

Murmúrios interrompem-me na solidão,
Murmúrios em que quero acreditar,
Murmúrios de esperança na felicidade,
Murmúrios que um dia vão acabar,
Murmúrios que alimentam meu coração.

São murmúrios que em mim elevam
A força para continuar a sorrir,
São murmúrios que nunca me negam
Aquilo que nunca lhes poderei pedir.

Desses murmúrios faço isto,
Meros poemas, sem qualquer distinção,
E destes poemas não desisto,
Por serem meu alicerce…sempre o serão!