5 de janeiro de 2010

Carta a um amor Secreto n.1

Hoje sonhei contigo. Sonhei que tinha coragem para me aproximar de ti, sonhei que tinha força para lutar contra tudo o que nos afasta, sonhei que éramos felizes. Mas sabes, nem mesmo durante o sonho, durante aqueles momentos em que devia estar a ser conduzido pelo meu inconsciente, consegui acreditar que tudo aquilo era real. E em cada beijo que te dei uma lágrima escorreu-me pela face, tanto no sonho como na realidade. Era essa lágrima o único fragmento que podia existir simultaneamente naqueles dois mundos.
Mas se há coisa que eu amo nesta vida são esses sonhos. Sonhos utópicos, sonhos irreais. Sonhos que me fazem acordar com um sorriso mesmo sabendo que esse sorriso não tem razão de ser. É que ao acordar destruo o mundo perfeito que tenho quando sonho…e qual é a felicidade de acabar com a perfeição? Não deveria ser nenhuma, eu sei. Mas aquele sorriso quando acordo é um sorriso que transmite tanta coisa que não me posso livrar dele. É um sorriso de esperança, de fé, de dor, de paixão, de amor, de alegria, de tristeza, de saudade, de realismo…é só um sorriso, mas é tudo…tudo tal como tu és, mesmo que não o sejas aqui a meu lado, mesmo que não o sejas sequer perto de mim.
E sabes, amanhã vou voltar a sonhar contigo, e depois de amanhã, e depois de depois de amanhã. E vou voltar a acordar com aquele sorriso. E depois, quando a noite chegar vou voltar a escrever-te, mesmo sabendo que tu nunca lerás as minhas cartas.
Afinal, tu nem sequer existes…és apenas uma miragem no meu mundo de imperfeições.


Sem comentários: