30 de outubro de 2010

Sonhos

"Nós somos feitos do tecido de que são feitos os sonhos." William Shakespear

29 de outubro de 2010

Amor ou Ódio

Se no amor há escravos deixa-me ser o teu,
Escraviza-me e obriga-me a fazer-te sorrir,
Ama-me ou odeia-me, abraça-me ou tortura-me,
Escraviza-me e obriga-me a nos teus pés cair,
Atira-me à fogueira e transporta-me para o céu.

Mata-me e deixa-me renascer a teu lado,
Prova-me que o tempo pode ser feito por nós,
Escraviza-me e obriga-me a respeitar-te até à eternidade,
Prova-me que conseguimos caminhar juntos à mesma voz,
Mata-me se eu não morri já sufocado.

Sufocado por tudo o que guardo no fundo do coração,
Amedrontado e esgotado para procurar a felicidade,
Ama-me ou odeia-me, abraça-me ou tortura-me,
Desde que me mostres que o teu coração não está gelado,
Desde que me reveles algo, seja desprezo, seja paixão.
Poema inspirado em: Dá-me Amor ou Ódio, by Mundo Cão

28 de outubro de 2010

Carta a um Amor Secreto n.7

És tu, a responsável pelas dores que me enfraquecem, a culpada das palavras que escrevo, a perfeição que eu tanto procuro. És tu, aquela que meus olhos desejam encontrar, aquela que faz com que o meu coração bata mais rápido, aquela que me preenche os sonhos todas as noites. És tu, a luz que ilumina a escuridão que me consome os dias, esta escuridão onde agora te escrevo mais uma carta que tu vais ler friamente, sem revelar emoções, sem revelar os sentimentos que por mim não possuis.
Neste momento, enquanto escrevo esta carta, penso nos próximos dias, penso na possibilidade de estar a teu lado, penso na utopia que não me larga. Quando tu leres estas palavras já me terei deparado com a realidade e terei testemunhado a irracionalidade dos meus sonhos, no entanto agora, antes de tudo, acredito que algo vai acontecer. Gostava que a próxima carta marcasse um final ou um início, gostava que a próxima carta marcasse algo e não fosse apenas mais uma carta…(in)felizmente sei que a próxima carta será igual a esta, igual à anterior, igual a todas as cartas. Mas pelo menos sonhei…e enquanto isso fui feliz.

26 de outubro de 2010

O Rapaz dos Sonhos Perdidos

Era uma vez um rapaz…

Ele sonhava em ser feliz,
Em ter tudo o que queria,
Em ser tudo o que desejava,
Nada disso teria nem seria,
Era um rapaz, mero aprendiz.

Tinha tantas ambições,
Tantos planos de futuro,
Perdeu tempo com tudo isso,
Esqueceu-se que viver é duro,
Ganhou dores e frustrações.

Desperdiçou a vida a sonhar
Até ao dia em que acordou,
Mas era já tarde demais,
De nada lhe servia lutar…
E foi nesse dia que tudo acabou.

P.S. - Hoje recupero um poema que escrevi há já muito tempo. Espero que gostem.

24 de outubro de 2010

Trilhos Silenciosos

Em ruas escuras caminho,
Mal imaginando meu destino,
Chorando e gritando sozinho.

Ruas isoladas que apenas eu percorro,
Fantasmas que me assustam sem piedade,
Ruas perdidas em que eu morro,
Fantasmas que se alimentam da verdade.
Verdade que a cada palavra liberto,
Verdade que cada vez mais me sufoca,
Verdade que apenas existe neste meu deserto,
Verdade que invariavelmente te evoca.

Mas um dia as palavras cessarão,
Assim como a dor que me consome,
Nesse dia muitos recordarão
Tudo o que fiz em teu nome…
Excepto tu…

23 de outubro de 2010

Passar dos anos

"Não honrar a velhice é demolir, de manhã, a casa onde vamos dormir à noite." Alphonse Karr

22 de outubro de 2010

Carta a um Amor Secreto n.6

Mais que uma vez dei por mim a pensar em tudo o que me deste, mesmo não querendo, mesmo não sabendo. No entanto hoje é diferente e dou por mim a pensar em tudo o que me tiraste, tudo aquilo que tinha antes de entrares na minha vida, tudo aquilo que ainda podia ter. Não consigo evitar a nostalgia do tempo em que tu ainda não “existias”, aquele tempo em que eu conseguia viver em liberdade. Sim, porque hoje não me sinto livre, ainda não. Estou preso àquilo que por ti sinto, preso ao dever de te prestar homenagem em cada palavra que escrevo, preso à ideia de que te posso fazer feliz. Estou preso à utopia que tu representas e não consigo deixar de fazer de ti a maior de todas as divindades, a maior de todas as riquezas, a maior dádiva com que já fui abençoado.
Mas no final isto são só palavras que nada provam, nada revelam, nada significam. São as minhas palavras para ti, mais umas quantas a juntar a todas as outras que um dia serão esquecidas. Malditas palavras.

19 de outubro de 2010

Dor Dilacerante

Sorri por tempo demais
Tempo em que não consegui escrever
Sorri por tempo demais
Foi enquanto te consegui ter
Sorri por tempo demais
E agora chegou o tempo de sofrer.
Tempo por que tanto esperei
E que contigo não fui capaz de alcançar
Tempo por que tanto esperei
E que não podia ter enquanto te podia abraçar
Tempo por que tanto esperei
E que agora tenho por te abandonar.

18 de outubro de 2010

Significados

É incrível como grande parte das coisas parece ganhar um significado imenso apenas e só quando deixamos de as ter. E ainda mais incrível é o facto de que quando temos algo, ou melhor, quando temos alguém, não somos capazes de perceber a verdadeira importância dessa pessoa na nossa vida. Bem, mas a verdade é que mais tarde ou mais cedo acabamos por ser obrigados a “abrir os olhos”, a pensar no passado e a concluir, muitas vezes cheios de arrependimento pelo que fizemos ou deixámos de fazer, que aquela pessoa, aquela que tivemos a nosso lado, é essencial à nossa felicidade e agora, depois de a perdermos, tudo deixou de ter sentido. No entanto, e mesmo que façamos o máximo para dar valor às pessoas enquanto as temos, nunca seremos capazes de perceber a sua real relevância, pelo menos até ao dia em que deixaremos de as ter.

17 de outubro de 2010

Vozes Ocas

Elas fazem-se ouvir ao nada dizerem,
São apenas ruídos constantes e ensurdecedores,
São vozes que vozes nem deveriam ser,
Sons emitidos por homens que não passam de impostores,
Poluição que permanecerá imparável até eles morrerem.

E eu espero ansiosamente pela morte desses vadios
Para que finalmente o silêncio possa existir,
No dia em que eles partirem eu poderei sorrir
E recuperarei os anos que por mim passaram vazios.

Vozes ocas que não têm qualquer significado,
Vozes inúteis que me deixaram quase esgotado,
Vozes maldosas que de mim fizeram um ser amaldiçoado
E vozes que ao cessarem me deixaram finalmente ser amado.

16 de outubro de 2010

14 de outubro de 2010

Admiração e amor

"Amar é admirar com o coração. Admirar é amar com o cérebro." Theophile Gautier

13 de outubro de 2010

Campo de Minas

Caminho de cabeça baixa mas sem olhar para o chão,
Olho discretamente tudo a meu redor, toda a imensidão,
Procuro deparar-me com o teu corpo, mera ilusão,
Anseio pelo teu olhar e pelo teu sorriso…em vão.

Mas continuo a caminhar por este campo armadilhado,
Acreditando que um dia te encontrarei à minha espera,
Continuo a sonhar que um dia serei por ti amado
Quando na verdade de ti apenas tenho repulsa sincera.

11 de outubro de 2010

Carta a um Amor Secreto n.5

Um dia vou olhar para ti e não vou sentir nada. Não vou recordar toda a “nossa” história, aquela história que afinal é só minha e em que tu não passas de uma mera personagem. Vou conseguir deixar de te procurar com o olhar, vou conseguir deixar de temer encontrar-te, vou conseguir deixar de pensar em ti a todo o momento. Nesse dia vou sorrir como há muito não sorrio e depois, quando a noite chegar, não te vou escrever um poema, nem um texto, nem sequer uma carta. Tu nem darás pelo fim das minhas palavras, afinal nunca significaram nada não é verdade?
E quando esse dia chegar vou ser capaz de queimar tudo aquilo que escrevi, não que me arrependa do que fiz, embora admita que talvez não devesse ter escrito nada, talvez não devesse ter-te revelado nada, talvez não devesse ter sentido nada. Mas senti…com hoje sinto e amanhã sentirei. Estou destinado a amar-te, a ver em ti tudo o que desejo, a ver em ti a perfeição…mas um dia, talvez um dia, vais deixar de ser esse “tudo” que hoje és, fazendo com que eu deixe de ser o “nada” que hoje me sinto.

10 de outubro de 2010

Amor é...

Amor é coragem, todos sabemos isso. É a coragem de assumir um sentimento, a coragem de nos deixarmos guiar pelo coração, a coragem de pôr a nossa felicidade nas mãos de alguém. Amor é a coragem de enfrentar obstáculos, é a coragem de revelar o que sentimos sem ter medo do que os outros pensam, é a coragem de lutar pelas nossas crenças. Para amar temos de nos “atirar de cabeça”, sem pensar em consequências, sem pensar em mais nada, e para isso é preciso coragem.
Mas amor é cobardia. É a cobardia de não conseguirmos mostrar o que nos corrói, a cobardia que nos faz baixar a cabeça, a cobardia que nos faz parar as nossas vidas. Amor é a cobardia de viver mergulhado em sonhos utópicos, é a cobardia de fingir que nada nos atormenta, é a cobardia de temer ser julgado pelos outros. E para amar é preciso ser cobarde, é preciso escrever palavras atrás de palavras, é preciso esconder as nossas mágoas nas entrelinhas de um poema. Mas para ser cobarde…para ser cobarde não é preciso nada, basta ficarmos quietos. Eu sei o que é ser cobarde, só não sei o que é amor.

9 de outubro de 2010

Conclusões

Ao longo do tempo acreditei,
Por mais que não o quisesse fazer,
Que foste apenas tu que amei
Com toda a verdade do meu ser.

Em todo esse tempo nunca entendi
O porquê de todo este sentimento,
Não vi sequer nada em ti
Que justificasse este sofrimento
De não te ter junto a mim,
De te querer a todo o momento.

Hoje percebo o teu significado,
Consigo finalmente ver o que nunca vi,
Eras tu me fazias sentir amado,
E foi a ti, só a ti, que eu perdi.

8 de outubro de 2010

(Des)Encontros

Palavras prendem-se-me na garganta à tua passagem,
Sentimentos que me consomem e que não consigo revelar,
Sufoco-me a mim próprio sem alcançar a felicidade, mera miragem,
E a cada encontro mais forte fica esta dor de te amar.

São estas palavras que agora escrevo contigo no pensamento
Aquelas que não tenho coragem de a ti dirigir,
De nada servem para além de atenuarem o meu sofrimento,
De nada servem se não te conseguirem fazer sorrir.

E ao passar a teu lado já poucas palavras espero,
Contento-me com esse teu olhar que me enlouquece,
A cada um destes encontros mais desespero
Enquanto o meu apertado e dorido coração padece.

7 de outubro de 2010

6 de outubro de 2010

Carta a um Amor Secreto n.4

Hoje escrevo-te enquanto ouço repetidamente a mesma canção. Não sei o porquê desta necessidade repentina de ouvir estas palavras, estes acordes, esta voz. Parece que de repente esta canção ganhou um significado tão grande que não consigo parar de a ouvir. Cada frase parece ter tanto sentido, tanta força, tanta paixão. Talvez assim seja porque gostava de ter sido eu a escrevê-la contigo no pensamento, gostava que esta música fosse a minha mensagem para ti, em vez desta carta, mais uma de tantas que serão esquecidas.
Mas afinal de que me serviria? Seria apenas uma música a juntar às dezenas de poemas, textos e cartas que te escrevi. Será que faria alguma diferença? Será que iria mudar alguma coisa? Não tenho resposta para estas perguntas mas infelizmente acho que adivinharia o “não” de tão lógico que é. A verdade é que a cada dia que passa sinto as minhas já escassas esperanças a desaparecerem por entre encontros sonhados em que baixo a cabeça.
Amanhã aqui estará a música, à espera que a ouças, à espera que a sintas, à espera de ti…

5 de outubro de 2010

Isolado

"Se a vida tem um sentido, esse sentido é a morte." Susanna Tamaro

4 de outubro de 2010

Silêncios

A noite chega e eu não consigo adormecer,
Continuo a sonhar com o realizar da utopia,
Acreditando que toda a dor vai desaparecer,
Crendo que este silêncio vai acabar um dia.

Mas tenho consciência que nunca vai acabar,
Vou continuar a viver sem nunca ouvir a tua voz,
Vou continuar a sonhar com um impossível “nós”,
Esperança que apenas me massacra sem cessar.

E as palavras que escrevo só acentuam a dor,
Relembram-me do tudo que nada significou,
Tentam honrar o indecifrável sentimento do amor,
Esse que infelizmente nunca me abandonou.