11 de outubro de 2010

Carta a um Amor Secreto n.5

Um dia vou olhar para ti e não vou sentir nada. Não vou recordar toda a “nossa” história, aquela história que afinal é só minha e em que tu não passas de uma mera personagem. Vou conseguir deixar de te procurar com o olhar, vou conseguir deixar de temer encontrar-te, vou conseguir deixar de pensar em ti a todo o momento. Nesse dia vou sorrir como há muito não sorrio e depois, quando a noite chegar, não te vou escrever um poema, nem um texto, nem sequer uma carta. Tu nem darás pelo fim das minhas palavras, afinal nunca significaram nada não é verdade?
E quando esse dia chegar vou ser capaz de queimar tudo aquilo que escrevi, não que me arrependa do que fiz, embora admita que talvez não devesse ter escrito nada, talvez não devesse ter-te revelado nada, talvez não devesse ter sentido nada. Mas senti…com hoje sinto e amanhã sentirei. Estou destinado a amar-te, a ver em ti tudo o que desejo, a ver em ti a perfeição…mas um dia, talvez um dia, vais deixar de ser esse “tudo” que hoje és, fazendo com que eu deixe de ser o “nada” que hoje me sinto.

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