28 de abril de 2015

À mulher da minha vida #2

Hoje volto a escrever-te, mas hoje é diferente. Não vou dizer que te amo nem que anseio a cada segundo que surjas na minha. Não vou fazer-te juras de amor eterno nem te vou dirigir palavras de louca paixão. Vou, isso sim, falar-te de uma vida em que ainda não és personagem principal. Vou falar-te de mim.

Sempre fui, desde os tempos em que tenho memória, um incurável sonhador. E se o fui contigo, por te imaginar em cada rosto, por te querer encontrar em cada olhar, fui-o muito mais naquilo que é a minha vida. Sonhei, e continuo a fazê-lo, sobre tudo o que existe. Sonhei com o meu futuro, com projetos que acabei por nunca realizar, com ações que nunca tive coragem de tomar. E decidi, numa das maiores e menos ponderadas decisões da minha vida, que iria deixar de pensar tanto e iria fazer mais.

E é por isto que, se leres aquilo que já escrevi neste blogue e aquilo que escrevo agora, irás perceber o quanto mudei, o quanto cresci. A verdade é que ainda não acabei, sabendo bem que este meu processo para me tornar melhor, para poder ser realmente feliz, está ainda em desenvolvimento. E sabes uma coisa? Penso que tu serás o encerrar desta fase da minha vida.

Provavelmente irás surgir apenas quando eu tiver coragem para tomar atitudes, para agir, sendo tu a minha recompensa por ser capaz de o fazer. E isto é o que me faz querer continuar a lutar, a crescer e a tornar-me melhor. O saber que no final deste caminho que já se prolonga por tantos anos, irá estar a mulher que irá fazer de mim o mais feliz de todos os mortais. Prometo-te que não vou parar e que, o mais cedo que conseguir, te irei alcançar!

27 de abril de 2015

Odeio-te tanto

Não te suporto. Sim, é verdade. Não consigo, por mais que me esforce, suportar esse teu sorriso, esse teu olhar, essa tua perfeição. Não aguento a forma como falas, como te moves, como mexes no teu cabelo. E esse teu corpo, composto pelas curvas mais arrebatadoras que já tive o prazer de encontrar, odeio-o. Assim como odeio o teu humor inteligente e a forma como consegues ser adorada por todos os que te rodeiam.

És repugnante. Cada parte de ti, cada pedacinho do que és, revolta-me e faz-me sentir náuseas. Porque é que és assim? Como podes ser tão estupidamente perfeita? Não compreendo como podes sequer ser real, nem como és a minha realidade. Não compreendo porque é que me escolheste quando tinhas o mundo a teus pés e duvido, mesmo que tu insistas em tirar-me esta ideia da cabeça, que eu mereça ter-te.

Tu és, já o sei desde há muito, a filha-da-mãe da mulher mais perfeita deste mundo. Aliás, sei-o desde aquele primeiro dia em que me bateste à porta e sorriste. Aquele momento, que obviamente eu também odeio, mudou completamente a minha vida. E ainda antes de sequer imaginar que um dia virias a ser minha, já eu era teu, em toda a dimensão do meu ser. Aliás, eu sou teu desde que me conheço. Desde que comecei a pensar em ter uma mulher a meu lado, era a ti que eu imaginava.

Odeio-te, por não te poder ter sempre a meu lado, por não te poder acariciar a cada segundo, por não te poder fazer sentir a mulher mais feliz deste mundo a todos os instantes. Odeio-te, por seres a única mulher assim perfeita e odeio-me por ser o único que te pode ter. Odeio-nos!

18 de abril de 2015

Ela e ele

Ela fecha os olhos, está sozinha e esquecida,
Tenta esconder a raiva a que não resiste,
Vivendo num mundo que lhe não pertence,
Sorri a medo, tenta disfarçar que está triste,
Não sabe o que deve fazer, está perdida.

Ele acorda, mera rotina sem significado,
Não percebe o porquê de continuar a lutar,
Levanta-se sem vontade, ele não queria,
Sabe que no final daquele dia vai chorar,
Repete tudo no dia seguinte, está cansado.

E os dois encontram-se na rua, sem querer,
Olham-se nos olhos, partilham toda a dor,
Esquecem o mundo em que sobrevivem,
Sentem algo forte e estranho, talvez amor,
E sorriem, são felizes, deixam de sofrer.

12 de abril de 2015

Aqueles que não sabem amar

Amar não se aprende. Não há instruções, não há regras, não há nada que nos ensine qual é a forma certa de o fazer. Amar é, acima de tudo o resto, não pensar. Amar é não saber. Amar é pura e simplesmente amar, sem meias palavras, sem “mas”, sem nada para além de amor.

E quem não sabe amar, é quem ama mais, é quem ama realmente. Quem não o sabe fazer é quem sabe, sem saber, o que é o amor. Pode não saber descrevê-lo, não fazer ideia do que é, mas sente-o. E isso, apenas senti-lo, é a única coisa que se pode fazer em relação a este sentimento.

Amar é não dar o primeiro beijo, por ter medo que ela não o queira. Amar é não lhe dizer o quanto ela mexe com o nosso coração, por temer que ela vire as costas e saia da nossa vida. Amar é fazer de conta que ela não é importante, quando ela é a mais poderosa de todas as criaturas.

Amar é não saber, ou não ter consciência, que o tempo é curto e que se devem aproveitar todos os segundos. É abraçar menos do que se deve, gritar mais do que é necessário e sofrer mais do que é suposto. Mas amar também é exaustão, é acariciar a todo o instante, é não perder um fôlego expelido por ela, é errar e repetir todos os erros.

Talvez eu saiba mais sobre o amor do que aquilo que devia. E talvez por o saber, seja daqueles que ama por saber amar. Talvez o amor como eu o percebo, como esta força inabalável que me alimenta os sonhos, me abrilhanta os olhos e me aquece o coração, nem sequer seja amor. Espero que não o seja, porque se não o for, isso significará que não sei amar… sendo dos que mais ama!

11 de abril de 2015

À mulher da minha vida #1

Amo-te. E logo eu, que sou tão cuidadoso com a utilização desta palavra. Como escrevi um dia: “o amor cada vez existe menos… por existir em demasia.” E muita dessa “demasia” é explicada pela quantidade de pessoas que dizem “amo-te” sem o sentirem, sem respeitarem o seu significado.

Mas eu amo-te, amo-te e amo-te. Posso escrevê-lo 1000 vezes e gritá-lo aos 7 ventos, porque é a mais pura e sincera das verdades. Amo-te daquela forma indescritível como se deve amar, da mesma forma que tu me amas, mesmo que ainda não o saibas sequer.

Ainda não nos encontrámos ou ainda não o sabemos, mas fomos feitos um para o outro. E eu já te amo, só pelo que significas agora, mesmo sem “existires”. E se agora me sinto assim, imagino quando te tiver aqui nos meus braços. Anseio-te sabes? Quero mesmo encontrar-te, quero-te mesmo. Sonho contigo, mesmo que ainda não saiba os traços do teu rosto. Sonho em ter-te, em teres-me, em termo-nos.

Estou disposto a esperar o tempo que for preciso, por saber que quando te tiver vai valer a pena… mas queria-te já! Cada segundo sem ti é um segundo a menos contigo, é um segundo a menos de perfeição, de felicidade, de amor. E cada segundo sem ti, é menos um segundo que tenho de esperar para te ter. E é isso que me dá forças para esperar. Isso e outra coisa: amar-te!

8 de abril de 2015

Irei procurar-te

Tive-te. E isso mudou completamente a minha vida, mudou-me. Deixei de ser quem era e passei a ser o que sou: o resultado da tua curta passagem pela minha existência. Tive-te, mesmo não te tendo, e vou ter-te sempre. No meu coração, nas minhas memórias e nestas palavras, estará sempre um pouco de ti… e de nós.

E mesmo não te podendo ter mais, pelo menos aqui junto a mim, irei sempre procurar-te. Por tu seres a detentora daquele olhar, daquele sorriso, daquela forma de ser. Por tu seres tão incomparavelmente perfeita. Por tu seres tudo o que eu alguma vez poderia desejar.

Quando me voltar a apaixonar, sei que tu estarás lá. Sei que me apaixonarei porque ela, seja quem for, terá um pouco de ti. Poderá ser apenas aquele brilho nos olhos, aquela forma de falar, aquele sorriso. Mas tu farás parte dela. E quando a beijar pela primeira vez, vou recordar-me daquilo que já esqueci. Vou voltar a ter-te nos meus braços, mesmo não te tendo.

É injusto. É injusto que esteja condenado a amar-te e a não te ter. É injusto que, por muito que possa amar quem irei ter a meu lado, te tenha de amar a ti. Mas sabes, tu merece-lo. Mereces que eu viva assim, preso àquilo que tu representas. Mereces que eu te recorde, que te procure infinitamente e que te continue a elevar a divindade em cada texto. E mereces que eu volte a amar, mereces que em tua honra alguém possa ser a mulher mais feliz do mundo. Mereces tudo.

4 de abril de 2015

Mata-me e faz-me viver

"Por ninguém neste mundo merecer mais que tu.
Por seres a melhor mãe do mundo.
Todos os meus sucessos, tudo o que puder vir a alcançar na minha vida, será sempre por ti.
Amo-te Mãe."

Quando escrevi a minha tese de mestrado, foi esta a dedicatória que lá coloquei. E mais do que o conteúdo da tese, mais do que a classificação que recebi, foram estas palavras que me fizeram sentir orgulho por ter terminado com sucesso aquele desafio.

Hoje, a quase 3000km de distância da mulher que merece mais do que a palavra ‘tudo’ pode incluir, mantenho cada palavra que então escrevi. Por ela ser tanto, mas tanto. Por não haverem sequer palavras que a possam descrever.

E mata-me, mata-me estar aqui tão longe quando sei que ela precisa de mim. Mata-me não poder abraçá-la, não poder fazê-la sorrir e não poder estar lá, a seu lado, para a apoiar. E mais que isto, mata-me o facto de saber que estar longe é a decisão acertada. Mata-me não poder apanhar um avião amanhã para ir para junto dela, por saber que aqui é o lugar onde devo estar. Mata-me que tenha precisado disto, desta fuga, para poder parar de morrer aos poucos.

E faz-me viver, esta saudade, esta vontade de estar lá. Faz-me viver o facto de saber que tive a coragem para fazer aquilo que é melhor para mim e por saber que o melhor para mim é o que a faz feliz a ela. Faz-me viver poder olhar para o presente e testemunhar o quanto eu cresci e o quanto ela se vai orgulhar quando eu um dia voltar para os seus braços.

E é assim que um texto que começou com uma lágrima termina com um sorriso. Obrigado Mãe!