22 de outubro de 2010

Carta a um Amor Secreto n.6

Mais que uma vez dei por mim a pensar em tudo o que me deste, mesmo não querendo, mesmo não sabendo. No entanto hoje é diferente e dou por mim a pensar em tudo o que me tiraste, tudo aquilo que tinha antes de entrares na minha vida, tudo aquilo que ainda podia ter. Não consigo evitar a nostalgia do tempo em que tu ainda não “existias”, aquele tempo em que eu conseguia viver em liberdade. Sim, porque hoje não me sinto livre, ainda não. Estou preso àquilo que por ti sinto, preso ao dever de te prestar homenagem em cada palavra que escrevo, preso à ideia de que te posso fazer feliz. Estou preso à utopia que tu representas e não consigo deixar de fazer de ti a maior de todas as divindades, a maior de todas as riquezas, a maior dádiva com que já fui abençoado.
Mas no final isto são só palavras que nada provam, nada revelam, nada significam. São as minhas palavras para ti, mais umas quantas a juntar a todas as outras que um dia serão esquecidas. Malditas palavras.

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