3 de abril de 2010

Carta a um amor secreto n.12

Um dia, mais tarde ou mais cedo, por mais que tente adiar, vou deixar de ser aquilo que sou. E não sei se nessa altura, quando esse momento chegar, isso será bom para mim. Não sei se essa mudança não me vai mergulhar ainda mais na dor e no sofrimento que hoje enfrento. Mas sei, tenho completa certeza, que o que sou neste momento é o melhor de mim e que te devo isso. Porque foste tu a responsável por eu ter deixado de ser quem era, por ter voltado as costas ao “eu” que me tinha consumido ao longo dos anos, por ter finalmente conseguido olhar para a vida e sorrir.
Mas no dia em que mudar outra vez, nesse dia terei de te culpar. Mesmo sabendo que não tens culpa nenhuma, mesmo sabendo que nunca fizeste sequer nada que me fizesse mudar e mesmo assim, mesmo sem querer, conseguiste fazê-lo. Nesse dia vou querer odiar-te, desprezar-te, esquecer-te. Vou querer desejar que não tivesses aparecido na minha vida. Vou querer deixar de sentir por ti o que hoje sinto. No entanto nada disso vai acontecer. Vou continuar a amar-te, venerar-te, procurar-te. Vou continuar a tremer de cada vez que sinto a tua presença. Vou continuar a adormecer a pensar na tua perfeição, no teu sorriso, no teu olhar. Porque tu serás sempre aquela que me inspira, aquela que sem querer nem saber me mudou a vida, aquela que estou destinado a não ter do meu lado.

1 comentário:

margarida disse...

tmb mudei e agora estou mais feliz do que nunca
beijo***