7 de abril de 2010

Criações

Por mais que escreva sobre o amor tenho plena noção que nunca, em tempo algum, vou entender o que ele é verdadeiramente, pelo contrário, quanto mais escrever, quanto mais reflectir, menos saberei sobre este sentimento. No entanto não será isto que me irá impedir de continuar à procura de uma resposta, à procura de uma certeza neste sentimento repleto de dúvidas. Hoje, passados tantos anos a libertar emoções e dores, concluí que nada sei. Não sei do que falo, não sei o que é sofrer nem sei o que é ser feliz e, acima de tudo, não sei o que é amar. Porque por mim já passaram tantas sensações e tantas pessoas que pensei amar, mas a verdade é que de todas essas pessoas nunca conheci nenhuma delas. Nunca conheci o que elas eram, nunca consegui separar a minha idealização de rapariga perfeita da realidade que tinha perante mim, talvez porque a minha idealização não passa de um embuste, algo que apenas me obriga a continuar a procurar, sem parar, por alguém que seja completamente diferente, alguém que me faça sentir algo que não existe, alguém que nunca irei encontrar.
Talvez tenha que ser assim, talvez tenha que criar essa pessoa apenas para mim, apenas para continuar a escrever todas as noites, apenas para continuar a revelar sentimentos que não entendo, apenas para continuar a sorrir, quando afinal, nem isso sei o que é.

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