18 de setembro de 2009

Amor?

Pedro era um rapaz como tantos outros. Não se achava especial, não por nunca lhe terem dito que o era, mas porque as pessoas que lho haviam dito não o faziam sentir aquilo que afirmavam. Mas Pedro não queria ser especial, bastava-lhe ser aquele rapaz que cumprimentava toda a gente com um sorriso, aquele rapaz que tantas vezes dava por si a rir à gargalhada, aquele rapaz que acordava todos os dias com dores mas que adormecia todos os dias com um sorriso. Pedro era feliz, ou assim ele pensava.

Com 23 anos Pedro conhecia a rapariga que viria a mudar a sua vida. Chamava-se Mariana e tinha a mesma idade. Logo na primeira vez em que olharam um para o outro Pedro percebeu que Mariana não era uma rapariga como as outras. Viu nos seus olhos aquilo que sempre procurara em alguém e a partir dessa tarde passaria a ter na sua cabeça a imagem daquela que era, para ele, a mulher mais perfeita à face da terra.

Com tempo conheceram-se. Primeiro com simples “olás”, depois com tardes passadas juntos, seguiram-se os almoços a dois e depois os jantares, até que o destino fez com que se beijassem, e assim começasse aquilo que para Pedro era um sonho tornado realidade. Nunca ele havia pensado que poderia vir a viver algo de tão perfeito como aquele namoro com a rapariga dos seus sonhos e todas as noites, antes de se deitar, fazia questão de escrever uma carta dirigida à Mariana, cartas que guardava religiosamente.

Foi então que, passados mais de cinco anos de namoro, Mariana acaba inesperadamente uma relação que Pedro tinha como eterna. De um momento para o outro Pedro vi-a o seu mundo cair-lhe aos pés sem que ele pudesse fazer nada para o manter em pé. Para ele aquilo não era apenas o final de um namoro, era o final de um projecto de vida, era o final daquilo que o tinha feito sentir como o homem mais sortudo do planeta.

Com 28 anos Mariana mostrara o seu verdadeiro eu e a cegueira de Pedro era curada. A frieza com que Mariana se dirigiu a Pedro para terminar o namoro gelou o coração ao rapaz. Mariana dissera que queria construir uma família, mas que não o queria nem podia fazer com alguém que nem sequer poderia jogar à bola com os seus filhos. Foram estas as palavras da “rapariga mais perfeita do planeta”.

Pedro era paraplégico desde os 11 anos. Os seus pais tinham morrido no acidente que lhe causara a paralisia. Ele, depois de muito tempo, conseguira ultrapassar a dor de não ter a seu lado os pais, muito graças à Mariana, que tudo fez para que Pedro conseguisse deixar de viver daquela tão má memória. Agora Pedro vi-a Mariana a deixá-lo, vi-a as recordações da morte dos pais a voltar e vi-a a sua vida a deixar de fazer sentido…

Uma semana depois de mundo lhe desabar sobre os pés, Pedro foi encontrado, já sem vida, junto à campa dos seus pais, ficando para sempre a sua história, que por causa da Mariana acabou da pior maneira, mas que também por causa da Mariana teve o melhor início que qualquer um pode sonhar.

1 comentário:

Anónimo disse...

bem... k historia arrepiante!
Mas acho k o titulo está apropriado para a história."Amor"?
Acho que n era amor verdadeiro, pois se fosse realmnte amor, Mariana nunka deixaria Pedro, nem lhe dizia uma coisa tão fria de se dizer...
Para mim, o amor verdadeiro resiste a tudo, onde as dificuldades, as tristezas e tudo de menos bom é ultrapassado em conjunto...
O que mais existe são histórias destas que acabam em tragédia e sem amor, mas por outro lado,há aquelas onde o amor é vivido intensamente...
Margarida