15 de fevereiro de 2015

Ensaio sobre o Amor

Passei grande parte da minha vida apaixonado e sempre tive facilidade em fazê-lo. Estou certo que me terei apaixonado mais de 100 vezes, por aquela rapariga que passava na rua, pela moça da caixa do supermercado, pela filha de uma amiga de um conhecido, por aquela moça que ainda hoje vi no bar, entre tantas outras. No entanto trataram-se das chamadas ‘paixões assolapadas’, em que passado 10 minutos já nem me recordava do rosto do alvo da minha paixão. Mas eram paixões reais, daquelas que me consumiam mesmo que por minutos e me faziam sonhar com uma história de amor. Eram paixões no seu estado puro, daquelas que nos arrebatam com estrondo e nos deixam zonzos e sem saber o que fazer.

E se muitas das minhas paixões foram assim, momentâneas, outras houve que o foram em toda a sua plenitude, paixões que evoluíram e se transformaram em amor mesmo sem nunca deixarem de ser paixões. Essas, e conto seis casos até ao dia de hoje, foram mais que paixões e mais que amores, foram parte da minha história e são parte de mim. A essas raparigas irei amar para sempre. Um amor diferente do que em tempos foi, é certo, é um amor mais racional e menos de pertença. Posso até não falar regularmente com algumas delas, posso até não lhes falar de todo (apenas por a vida nos ter feito seguir caminhos diferentes), mas elas serão sempre ‘elas’.

Dessas seis raparigas não há uma única história que seja igual, nem sequer que seja idêntica. Foram seis histórias de amor que foram imperfeitamente perfeitas como o amor deve ser. E quando falo em ‘histórias de amor’ não quero com isso dizer que os meus sentimentos foram correspondidos, nem sempre o foram. Logicamente que sofri com todas essas histórias, mas também fui feliz. E mais importante que isso sei que contribui para a felicidade de todas essas raparigas.

Outra característica sobre essas histórias é que nunca terão um ponto final, mesmo que julguemos que o têm. Podemos fechar o livro, acorrentá-lo e atirá-lo ao oceano, que se foi uma verdadeira história de amor como as minhas foram (pelo menos naquela que é a minha noção de amor) nunca haverá um verdadeiro fim. Aquilo que vivemos será sempre parte de nós, seja de mim seja dela, e será sempre um pouco responsável por aquilo que somos, aquilo em que nos tornámos.

E se eu fui feliz em todas estas histórias, mesmo que todas elas tenham terminado (sem nunca terem um ‘FIM’), resta-me esperar pela próxima, sendo que hoje sei que o amor é tão, mas tão simples, que estou certo que lidarei ainda melhor com ele.

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