1 de setembro de 2010

Não irei

Gritaste revelando a tua dor e eu corri para ti,
Tudo aquilo que tinha naquele instante esqueci,
Só tinha na mente uma intenção: alcançar-te,
Era apenas este o meu desejo: abraçar-te.

Por ti abandonei planos de um futuro risonho,
Atirei para trás das costas as minhas ambições,
Deixei de ser aquele rapaz feliz mas tristonho
Sem sequer precisar de quaisquer razões,
Bastaste tu, aquela que me reinava o sonho.

Entretanto a tua dor passou e eu deixei de importar,
Voltei ao meu mundo, tive que o reconstruir,
Ultrapassei a mágoa de não mais te beijar
E tentei sobreviver como sempre: a sorrir.

E tu gritaste outra vez agoniada pela dor,
E eu deixei tudo e corri novamente para ti;
E tu voltaste a ficar bem comigo ao redor,
E eu voltei a ser desnecessário e parti.

Mas um dia perceberás tudo aquilo que fiz,
Sentirás a minha ausência e saberás que te amei,
Nesse dia voltarás a gritar com a dor da minha ausência,
Mas nesse dia, pela primeira vez, eu não irei.

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