Há poucas coisas neste mundo, se é que há alguma, que possam valer tanto
quanto um abraço, um mero e simples abraço. Abraçar é estar ali, indefeso, nos
braços de alguém que indefeso está. É confiar, é fechar os olhos e apertar o
corpo que temos como prolongamento do nosso, é parar o relógio e sentir, apenas
isso, sentir.
Os abraços não deviam poder ser curtos, porque a magia está no abraço
demorado. A magia está naquele abraço que dura 1 minuto e parece demorar uma
hora, porque naquele minuto houve tanto, mas tanto. Naquele minuto os problemas
desapareceram, as preocupações não existiam e a vida ficou “limitada” àquilo,
àquele abraço.
E depois de tudo isto, tenho um pedido a fazer-te. Sim, a ti que estás
desse lado a ler-me. A ti que posso ou não conhecer. A vida irá,
invariavelmente, tentar fazer-te chorar. Tu vais ser forte e resistir, mas
possivelmente chegarás a um momento em que não vais aguentar e vais chorar.
Nesse momento, quando estiveres com a face afogada em lágrimas, peço-te que
abraces.
Abraça quem amas, abraça quem conheces, abraça desconhecidos. Abraça.
Como se não houvesse amanhã, como se a tua vida dependesse disso. E quando
parares de chorar porque os ombros de quem abraçaste absorveram as tuas
lágrimas, não pares. Porque a vida tentará também fazer chorar quem te rodeia,
e aí será a tua vez de disponibilizares ombros para absorverem lágrimas.
E se puderes, mesmo que eu esteja do outro lado da Europa, abraça-me. Se
for preciso faz 3000km só mesmo para isso, para me abraçar. Eu prometo-te que
estarei aqui, de braços abertos, pronto a parar o tempo por ti, por mim.
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