18 de março de 2015

Amor demais

Tudo o que é demais faz mal. Tudo, menos o amor. Porque o amor não faz parte do ‘tudo’, o amor é ‘tudo’. E como o amor é tudo, o amor tem que ser demais. Se não o for é porque não é amor, é porque é uma ilusão de amor, algo que parece ser o que não é. O amor, o único que existe, o verdadeiro amor, é demais. É sufocante. É impertinente. É incontrolável. Não tem limites, não tem barreiras, não é sequer quantificável.

E o amor não se escreve. Concluí isso agora, depois de escrever centenas de poemas, textos e cartas sobre o amor. O amor vive-se, sente-se, respira-se. Mas não se escreve. E sabes aquele ditado de que “uma imagem vale mais que mil palavras?” Até poderá, ocasionalmente, ser verdade. Mas quanto ao amor, nem mil imagens valem mais do que o “tudo”.

Este “tudo” que já me fez escrever tanto, que já me fez chorar e rir, que já me fez sentir o homem mais feliz e mais amaldiçoado deste mundo… este “tudo” era em tempos tão complexo para mim e agora é tão estupidamente simples. Sim, porque o amor é a coisa mais simples do universo. Porque quando é amor, não há “ses” nem “mas”, não há nada em que pensar a não ser nos beijos, nos abraços, nas carícias, nos sorrisos e naquela total pertença. Pelo menos, quando o amor é o “tudo” como deve ser.

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