3 de novembro de 2010

Olhares de Compaixão

Olhas-me como quem olha quem quer amar,
E nunca eu vi um olhar tão expressivo assim,
Revelas-me tudo no teu silêncio com pesar,
Como que pedindo perdão por não me amares a mim.

Enquanto eu tento parar de te desejar como desejo,
Enquanto luto contra mim próprio para te esquecer,
Tu olhas-me assim, como quem olha quem quer amar,
Fazendo-me sorrir ao mesmo tempo que me fazes chorar,
Obrigando-me a mais um poema ou uma carta escrever
E afastando o final que cada vez menos prevejo.

Olharás mais alguém como a mim me olhas?
Será que alguém algum dia mexeu tanto com o teu coração?
Guardarás todas as palavras, todos os poemas…todas as folhas?
Ou limitar-te-ás àqueles olhares, pura compaixão?

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