29 de junho de 2016

Às mulheres

Hoje escrevo-vos. A ti, ex-mulher da minha vida, e a ti, mulher da minha vida. Escrevo-vos às duas simultaneamente porque vos vou escrever sobre mim. E porque vou escrever sobre algo que vos diz respeito a ambas: amor.

Amei-vos. Sim, é passado. Amei-vos com todas as minhas forças, sofri por não vos ter ou por ter medo de vos perder, mas sofri. O meu amor por vós foi imensurável, ao ponto de deixar de sentir o mundo para vos sentir a vocês, para nos sentir a nós. Hoje, tanto tempo depois de vos ter começado a amar, concluo que não vos amo mais.

Apercebo-me que o amor, aquilo que me movia em tempos, já não tem nada a ver com aquilo que hoje representa. Aquilo que me fazia sonhar, querer-vos a meu lado, aquilo que vos tornava únicas… morreu. E concluo isto agora mesmo, enquanto vos escrevo esta carta. A ti, ex-mulher da minha vida, sempre tive medo de não te ter mostrado suficientemente o quanto te amava. A ti, mulher da minha vida, sempre te amei sem sequer saber quem eras. Mas a base desse amor, disso que me consumia, era o medo. De perder, de não ter.

E amor é medo. É a não indiferença, o não ser capaz de não pensar. E aquilo que eu sinto já não é mais que indiferença. Ex-mulher da minha vida, sê feliz. Se nunca mais te vir na vida? Seja. Não me és essencial, essa é a verdade. E tu, mulher da minha vida, provavelmente nem sequer existes. Se existires, provavelmente nunca sequer te vou encontrar. E… seja. Perco eu e perdes tu. Mas a vida é mais que tu, portanto…

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