11 de janeiro de 2010

Os amados

Há pessoas que nascem para ser amadas. Para quem amor não é um sentimento recíproco, mas sim um sentimento que os outros sentem e que essas pessoas apenas contemplam. Conheço pessoas assim. Pessoas para quem não interessa quem têm ao lado, desde que essa pessoa sinta amor. E afinal, quem de nós não quer ser amado? Quem de nós não quer deixar de ser um pouco do mundo e passar a ser o mundo de alguém? No entanto não é essa a questão. É que gostarem de nós é fácil, nem sequer é preciso fazermos nada. Basta sermos aquilo somos, sem medos e receios, e alguém irá gostar de nós, quiçá amar-nos. O mais difícil é amar. Amar é que é o sentimento que coloca qualquer um à prova.

Mas as pessoas de que falo, as que foram feitas para serem amadas, são felizes. Talvez até sejam mais felizes do que eu, do que tantos outros que amam e sofrem por amar. É que para essas pessoas não chega o amor de um, nem de dois. Essas pessoas têm que ter a certeza que se deixarem de ser amadas aqui, podem pegar nas suas coisas e irem ser amadas ali. E se deixarem de ser amadas ali têm outro alguém que as ame, seja onde for.

E sabem uma coisa? Estas pessoas são as responsáveis pela felicidade de muitos, são as responsáveis pelos poemas, pelas cartas e pelos textos, são as responsáveis pelas histórias de encantar e pelos filmes com finais felizes. São as responsáveis pela sinceridade, pela paixão e pelo amor. Mas são também as maiores responsáveis pela dor de corações destroçados pela realidade.

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